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Futebol profissional não é esporte – esporte e profissão se repelem. Futebol profissional é espetáculo, enquadra-se na larga categoria do assim chamado "showbiz" – um negócio como outro qualquer como negócio, sacou?

Futebol profissional é negócio de clube de futebol – S/A, companhia limitada, empresa pessoal ou clube mesmo, como o velho Arsenal, de Londres, e os nossos bravos, quase todos centenários clubes de elite.

Nesse crescente mundinho, nesse florescente mundinho, a permanência de seleções nacionais, de competições entre seleções nacionais, à brinca ou à grana, é (im)pura excrescência. Ou relíquia dos maus tempos do "amadorismo" (entre aspas porque marrom, isto é, por baixo do amor a camisa corria rio de cobre). Tempo.

Sou francamente favorável ao criticado, ao desdenhado comercialismo. Para mim quanto mais comercialismo melhor. Porque o comercialismo* não é outra coisa senão algo que decorre necessariamente do profissionalismo. E não há espetáculo atlético de alto nível com remuneração opcional, complementar, como ajuda de custo.

Imagine o Ronaldinho a treinar duas vezes por semana, 3.ªs e 5.ªs, em seguida ao trabalho numa oficina mecânica... A chegar a pé no campo, ainda de macacão, cheio de graxa & graça... Bons tempos, não? Aqui, oh!, cara pálida. Bons tempos pra quem? Voltemos à vaca fria.

Não espalhe; por mim os jogos de seleções seriam simplesmente liquidados. A começar pelos abomináveis amistosos. Seleção cheira a amadorismo marrom, patriotismo a preços de ocasião; seleção fede, tem mau hálito, maus hábitos, rima com opressão, é típico das ditaduras totalitárias como a falecida URSS, essa Cuba. Seleção permanente é prova de opressão permanente. Um horror, um horror, um horror.

Infelizmente, o produto nacional bruto, brasileiro, o treponema pálido coisa nossa, adaptou-se aos tristes nortes, virou bala zequinha na "Oropa, França, Bahia". Tudo sob o longo apostolado do Havelange na presidência da Fifa. Que emplacou decretos como: os clubes são obrigados a ceder seus jogadores às seleções pelo menos sete vezes por ano! Sem contar eliminatórias, copas, olimpíadas, etc. Sete vezes por ano para amistosos. Ou preparatórios para jogos a valer. Quem banca? Os clubes, claro. Que ficam com os ônus, enquanto as cbfs do mundo, mundo, vasto mundo, ficam com os bônus. ?Hasta cuando?

Nota

* Como estou com a mão na massa: responda rapidinho, cara pálida: qual a diferença entre amor à camisa e amor ao dinheiro? Qual dos dois é mais fiel? Em qual dos dois você confia mais?

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