A cada dia que passa, cada vez que ouço ou leio entrevista dele, sempre que o observo na ativa, ao lado do campo, mais admiro, respeito, gosto do Givanildo.

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– !?

– Porque ele simplesmente nada esqueceu dos bons, velhos tempos de jogador, centro-médio ou volante ou jogador de meio que chegou justamente à seleção graças a uma bolinha bastante redondinha, certinha, prática, funcional, simples, fácil.

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– Givanildo não arquivou o que aprendeu, viu, experimentou dentro de campo, com a bola a rolar. Ao passar pra fora das quatro linhas não se transfigurou em algo diferente, outro.

– Como treinador continua consciente da humilde posição, da subalterna posição, da pouco potente posição quando vista de dentro do campo pelos jogadores a jogar, a lutar pela bola, a tentar domá-la, conduzi-la, passá-la, chutá-la. Tudo obstaculizado pela irritante onipresença do adversário, esse estraga prazeres, esse chato de galochas que disputa pau-a-pau o nosso brinquedo, que não raro nos toma, divide, rouba, isola, agride, engana, burla, dribla, esconde.

– É surpreendente a coragem do Givanildo para colocar os pingos nos is, as coisas nos seus devidos e inamovíveis lugares, para nadar contra a corrente, para dizer coisas altamente incorretas "politicamente", mas óbvias, ululantes pra quem tem mais de dois neurônios e acompanha as peripécias do joguinho com atenção, inteligência.

– Por exemplo?

– Ele não hesita antes de relativizar a importância de toda a imensa tchiurma que hoje compõe o quadro de treinadores, auxiliares, "professores", auxiliares dos auxiliares, assessores, aspones, o diabo. A começar pela (des)importância do treinero, do "home", do "seo". Aleluia.

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– Outro dia lembrou algo engraçado sobre os psicólogos, algo que sabemos pelo menos desde os tempos em que o dr. Carvalhaes submetia a testes a alegre rapaziada convocada pra seleção que se preparou pra Copa de 58. Há quase 50 anos!

– Fico a imaginar a sagrada, a irada reação desse destemido "cabra da peste" se o pessoal do Atlético contratar – como direi? – os préstimos de algum membro de uma nova tribo, a dos motivadores profissionais. Certamente será inesquecível espetáculo. Imperdível. Espero estar vivo pra vê-lo, ouvi-lo. E aplaudi-lo, claro. Ôoolê.

– Que tipos relativamente primitivos como Felipão&Luxemburgo se deixem seduzir pelos cantos dessas pobres sereias é compreensível; menos compreensível, pelo menos para mim, cara-pálida, é o deslumbramento de homens como o Parreira diante das pajelanças. Até, tu, xará?