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Por inesperada falha técnica liguei a telinha às quatro horas e doze minutos da bela tarde de sábado. E, ante surpresa tão rude, não sei como pude chegar ao portão... 2 pro Brasiliense, zero pro Coritiba!

- Já?! Berrei pros meus pobres botões.

E eles responderam, também aos berros:

- Já!!

Uma das muitas coisas bastante acima da minha pobre compreensão no mundinho do velho, rude esporte bretão, é tomar gol de corner.

Pelos meus cálculos, a relação ataque-defesa é 7/10. Isto é, sete cavalheiros para tentar o gol contra dez cavalheiros para impedi-lo. Preciso acrescentar que um dos cavalheiros alinhados para impedir o gol é o goleiro? Que entre as suas prerrogativas está a de apanhar a bola com as mãos, tocá-la impunemente com as mãos? Certo? Muito bem.

Escanteio contra o Coxa, bola alta na área, gol de cabeça do Brasiliense, clube da empolgante cidade-satélite da nossa maquete em tamanho natural.

Cinco minutos depois, não mais que cinco minutos depois, o impertérrito* Ricardinho tentou driblinho à frente da área, o esperto brasilianista (?!) lhe bateu a carteira, invadiu a área e com peteleco – que a instável mão do Kléber não aparou – ampliou o escore. Tempo.

No feio e mal acabado estádio de Taguatinga havia um pouco mais de gente que dentro de campo, do péssimo gramado, cheio de falhas, com piso pipoca. Voltemos ao bate-bola.

Na semana passada, aqui contra a Portuguesa, Estevam fez duas trocas ao mesmo tempo, uma corretíssima (a do Ricardinho), outra absolutamente equivocada (a saída do Fábio Pinto). E apesar do equívoco a equipe abriu o placar, ganhou o jogo.

Ontem, num outro jogo, em circunstâncias completamente diferentes, Estevam repetiu a mesma dose, fez as mesmas substituições, uma corretíssima (a do Ricardinho), outra escandalosamente errada (a do Fábio Pinto, o mais lúcido, o mais perigoso, o mais criativo jogador da equipe e do jogo). E apesar do erro, a equipe diminuiu a vantagem... pra em seguida levar merecida goleada.

Espelho, espelho meu, volto a perguntar: quem é mais inho – o André ou o Ricardo?

Espelho, espelho meu, ainda que mal pergunte: você pode me contar uma coisa, uma história do Caio cai-cai-cabeça baixa?

Espelho, espelho meu, você acha que o Caio cai-cai-cabeça baixa pode pleitear um cargo no meio campo do Coxa?

Espelho, espelho meu, e o Jackson, hein? O que há com ele? Não lhe parece um tanto quanto obnubilado?

Espelho, espelho meu, finalmente, se Renan e Pedro Ken não são titulares dessa equipe serão do Barcelona?

* que não tem medo.

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