Sou pago para analisar e palpitar. Estamos na entrada da reta de mais uma Copa do Mundo de futebol profissional. É a hora da análise e do palpite, do chute, do prognóstico. Vou fazer tudo isso nas linhas seguintes; relaxe. Antes de começar advirto darei tiros curtos, de revólver; não passarei da primeira fase, me deterei às portas das oitavas-de-final. Certo?
Não esqueça, são 32 seleções distribuídas em oito grupos de quatro. Que jogam entre si apenas no interior dos grupos; daí saem 16 felizardos, primeiro e segundo colocados de cada grupo. Sacou? A fase seguinte, a mencionada oitava de final, tem emparceiramento barbada de guardar, quer ver? O 1.º do A contra o 2.º do B e o 1.º do B contra o 2.º do A assim por diante: CxD, ExF, GxH.
E depois?
Depois veremos; calma; vamos devagar. Em forma! Ordinário! Marcha! Um, dois, um, dois.
Grupo A. Com a rapidez que me é peculiar, sem pestanejar (sem pestanejar é ótimo, hein?) cravo Alemanha e Polônia, nessa ordem. Atenção: daqui pra frente o da frente é o 1.º e o outro é o outro, certo?
Grupo B. Yes! England on the head. Ah! A minha nunca assaz louvada anglomania, anglofilia. Infelizmente, o English Team está em temerosas mãos estrangeiras God Save the Queen: mesmo com superioridade numérica nos levou à ignominiosa derrota pro Brasil em 2002. Espero que os ingleses joguem à inglesa, isto é, "sans peur et sans reproche". Em segundo lugar, Suécia.
Grupo C. Argentina e Holanda, de olhos fechados, mais Argentina que Holanda. Grupo D. Portugal na cabeça, México em segundo. Grupo E. Itália e Rep. Tcheca.
Grupo F. Austrália e Japão. Os australianos estão a bater bola bem redondinha e os japoneses são todos japoneses, craques, dirigidos por um craque, o nosso querido Zico. Croácia e Brasil, especialmente o Brasil, paisão abaixo do Equador, mais conhecido como o Bananão, o Brasil pode ser a zebra do páreo, mas não custa nada prestar atenção à Croácia.
Grupo G. França-Suíça. Ou franco-suíço, moeda forte, filha do norte, guerreira tupy. Grupo H. Tunísia-Arábia Saudita.
E chega. Cansei I am tired, je suis fatigué.
Para encerrar, nota humana, demasiada humana, de homem humano, travessia. Os ídolos não têm apenas pés de barro; têm também pés de bolhas, benditas bolhas, a driblar a tecnô, a botar a bola debaixo das pernas dos bilhões da multi das chuteiras, a pôr o Ronaldinho na roda, a mostrar a ele sua nem sempre lembrada humanidade, pedestre humanidade, simplória humanidade com calo, caspa, seborréia, bolha, bolhas nos pés.
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