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A coluna de sábado, "Outra volta do parafuso", título gentilmente pilhado da obra do sr. Henry James, foi outra briga de rua na minha cada vez menos solitária campanha contra a indevida, abusiva, desproporcional importância que se dá aos treineros de futebol no mundo, mundo, vasto mundo, particularmente neste imenso pedaço dos tristes trópicos. (Ufa! Um parágrafo de oito linhas sem ponto.)

Repito.

O importante é o jogador! Importantes são os jogadores! São eles que ganham, empatam, perdem os jogos no campo! Entendeu? Guardou bem? Pra respirar, parágrafo.

O resto é estória, literatura, ficção, abobrinha. Especialmente as "diabólicas" tramas extra campo: "compra-e-venda-de-árbitros-bandeiras-jogadores-equipes-resultados". Não são relevantes nem como caso de polícia.

Ganha o melhor. O que joga melhor. O mais afortunado. E ganha contra tudo, todos! Contra o campo e contra a torcida. Contra sua senhoria e seus dois ladrões. Contra a liga e contra a ONU. Contra o estado escorregadio do gramado e a mãe dos Gracos. Contra o pé alto e o carrinho por trás. Contra a visível má vontade do juiz e a não menos visível má intenção do bandeira que corre aqui pelas gerais sob torrentes de palavrões, pedradas, pilhas de rádio, rádios propriamente ditos, multidões de óvnis. Ganha contra os gandulas, esses desconhecidos apanhadores de bolas, e contra o quarto árbitro*. Contra a antoninense garoa torrencial e o parnanguara sol inclemente. Contra o vento que sopra a favor dos polacos e a baixa temperatura reinante no próprio da municipalidade (essa é paulista, ouvinte de casa, do auditório; só em São Paulo o Pacaembu é conhecido como "o próprio da municipalidade").

Olha, não quero ser chato, mas o melhor ganha até contra o morrinho artilheiro, a falha do beque, a desatenção do goleiro, o chute despretensioso, o gol de canela, a defesa de susto.

Ganha também contra o condenável contubérnio do facultativo com a dupla da maca, sem esquecer a bolsa de gelo, a água que faz milagres, o vil metal, o repugnante ato, o lamentável gesto.

Ao vencedor, as batatas! (À inglesa prefiro as salsas sem sal, sós, somente, solitárias, salutares, sovinas; sorry; saúde; sorria.)

Nota

* Ah! O quarto árbitro! Meu reino pelo quarto árbitro! Meu sonho é ser quarto árbitro&vogal na Justiça do Trabalho consoante decreto de número...

James! A cicuta! Pura! Sem gelo! É hoje. Me deixe. Consoante seguido do impertérrito "de número" é demais, mortal. Prefiro ser ameba leprosa.

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