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E o Curíntia, vulgo Timão, conhecido nas bocas como adriça do penol da verga grande do caíque? Não tem vocação internacional mesmo com os seus sub-galácticos? Teme transformar-se em "global player"? Contenta-se com as pequenas glórias municipais? Está satisfeito como o "clube do Parque São Jorge", monoglota, provinciano? E para mudar de saco pra mala, por que usa o fardamento reserva quando não necessário?

Deve-se jogar sempre com o uniforme titular, em todas as ocasiões, até nos dias de "ponto facultativo", sintomática invenção da burocracia pública brasileira. As exceções confirmam a regra: Coritiba e Corinthians não se enfrentam com as jogadeiras; um ou outro usa variante. O mandante ou o visitante?

Sou do tempo que o mandante fazia as honras da casa, trocava de uniforme: noblesse oblige. Agora, parece que é lei o hóspede trazer na bagagem o bagulho bê. Outros tempos, outros costumes. Sou do meu tempo, prefiro os meus costumes, civilizados, cavalheirescos.

Não sei se é moda pura, simples, ou mais uma arbitrária imposição da Fifa, CBF ou da liga, o fato é que os visitantes envergam "seus uniformes de número dois". Mesmo (ou sobretudo?) quando não há confusão à vista ou a prazo. Por exemplo, Iraty x Coritiba, Coritiba x Paraná, Atlético x Londrina, etc. Mas há pior, quer ver?

Desde praticamente sua fundação, o Coritiba é vítima de um demônio familiar que o impulsiona a experimentar todas as variantes, todas as combinações de verde e branco. Reproduzo de memória: no início era branco na camisa, preto no calção, nas meias. Em seguida, traços de verde na camisa. Adiante, listras horizontais verdes na camisa. Depois camisa de verticais listras verde-e-branca. Enquanto isso, o calção preto resistia às frívolas alterações. Aleluia! (Já as meias se submeteram à mudanças e vexames: imitaram as zebras, admitiram o cinza.)

A partir dos anos 90, o clube surtou: a cada estação lança coleção completa de novos uniformes. Segundo o insuspeito matemático Oswald de Souza, o Coritiba tem oficialmente 365 uniformes, 366 nos anos bissextos. E com viés de alta, cara-pálida.

Nos dias pares, uniforme um; nos ímpares, dois; nos dias santos, três; nos feriados cívicos, quatro; nos sábados à tarde, quinto; nos sábados à noite, sexto; nos domingos de chuva e frio, sétimo; nos amistosos municipais, oitavo; nos estaduais, nono; nos regionais, décimo; de caráter beneficente, 60.º; caça níqueis=61.º; clássicos? 30! Com tevê, sem tevê, sem preocupação de contagem, com minuto de silêncio. Dá-lhe!

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