Leio nas nossas vibrantes páginas que entre o Evair e o Marco Aurélio o coração do Giovani balança. Como ninguém pediu a minha opinião, com licença.

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Evair você sabe quem é? É o ex-excelente jogador, dos melhores avantes-pivôs que vi, de grande inteligência e, acredite, melhor caráter.

Marco Aurélio é médico, cria do Coxa, coxa de coração: se afastou da medicina para mergulhar na administração esportiva. Está no São Paulo. É bom nome. Ah! Giovani quer alguém para ser diretor de futebol, ocupar a vaga do Zanchi. Agora darei a minha opinião.

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Sinceramente, o problema do Coritiba não me parece este. Nem que possa ser resolvido pelo Marco Aurélio ou pelo Evair. Para mim, o clube precisa de alguém que conheça futebol. Isto é, que saiba distinguir o Pelé do Zoca, o bom do bonzinho, o que pode acrescentar do que não pode acrescentar – como repito à náusea desde o ano mirabilis em que o Carlos Násser me apresentou ao mestre Russo, ao sábio Russo. Ano em que creio ter aprendido o óbvio, o ululante: quem manja de bola manja de jogador de bola. Tudo o mais decorre daí. Ou não?

Não se iluda, a chave do sucesso ou do fracasso está aqui: os competentes erram pouco nas escolhas, nas contratações, no recrutamento, nas trocas, na compra&venda&empréstimos&rolos; os incompetentes erram demais. Por outras palavras, os incompetentes pouco acertam, os competentes acertam muito. Ok?

Quer exemplos à mão, paralelo recente, fresco, saído do forno? Então afrouxe o cinto, recline a poltrona, acenda formidável havana, sirva-se generosamente de um scotch 12 anos, relaxe, aproveite.

Desde o ano passado o Coritiba raramente acerta sequer perto da mosca: a quantidade de equívocos atingiu o que parecia impossível – nesse ano bateu a marca do ano passado. E se não segurarem a doida corrida da carruagem ela certamente ultrapassará o furacão Tico Fontoura da metade dos anos 80: não sobrou ninguém para contar a história, não ficou um nome nos anais, na memória da torcida.

Já o clube de todas as Vilas, já o Paraná, com muito menos grana, com muito menos recursos, devagar e sempre, com discrição, a comer quieto, pelas beiradas, quase não erra – não errou nada em 2005 e está a repetir a dose agora. E olha que o tamanho das mudanças é praticamente igual! É mol?

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– A que se deve tão brutal diferença de competência? Para responder à angular pergunta saí a campo e voltei com a resposta: "efeito Vavá". É, isso mesmo, efeito Vavá. O Paranito tem o Vavá. Que conhece bola, jogador de bola. O resto é conversa.

P.S.: E o Trétis, hein? Mesmo com um homem a mais não conseguiu sequer ameaçar o sítio arqueológico que é o Voltaço.