Não sei, não, mas talvez a "chiquitita pero cumplidora hinchada del Paranito", o ex-tricolor de duas cores, tenha boas razões e a boa diretoria comandada pelo professor Miranda possa estar equivocada.
O pessoal do Grêmio de Foot-Ball Porto-Alegrense gostaria de jogar em Cascavel contra o campeão paranaense do ano em que não veremos o Atletiba. O pessoal de Cascavel gostaria de ver o já citado Grêmio de Foot-Ball Porto-Alegrense encarar o campeão paranaense do ano em que não veremos o único clássico do estado. A soma desses sonhos-de-consumo atingiria algo como 300 mil tentadores reais pros cofres do clube de todas as Vilas.
Bom ou mau negócio pela venda do mando de campo?
Para os diretores, um bom negócio; para os torcedores, um mau negócio equivalente ao de Esaú quando trocou a primogenitura por um prato de lentilhas.
E agora, quem tem razão? A resposta praticamente antecipei lá em cima, na abertura dos trabalhos. Resta fazer um exame mais apurado. Vamos lá. Relaxe. Aproveite. Será indolor
Se o preço médio do ingresso for 20 reais, o Paraná Clube terá de atrair 15 mil pessoas pro Burrão dos Ventos Uivantes ou pro Alto da Glória quando cruzar com o Grêmio, agora com novo e horrorível* uniforme: preto-branco-azul-e-negro.
Ora, posso estar enganado, mas 15 mil torcedores, mesmo para os paranitos padrões, não é nenhuma Brastemp, nenhuma África (expressão tão velha quanto a Sé de Braga). Ou é?
Claro, simplifiquei a conta e ela não é tão simples: temos de descontar aluguel do campo, taxas da Liga e CBF, a grana dos árbitros (por que quatro, senhor?), etc., etc., etc., sem esquecer os incontornáveis emolumentos, singular invenção made in Brasil, com esse. (Houve época que os escoteiros e nós, jornalistas esportivos, via Associação dos Cronistas Esportivos, beliscávamos um por cento do bruto. Bem Brasil, não?)
Não quero exagerar, mas tudo somado, pesado, medido, contado, engole um terço da renda bruta. Ou cinco mil ingressos. Logo, a parada é um terço mais alta. Isto é, a rapaziada terá de comprar 20 mil ingressos para o clube não perder dinheiro. Faça sua aposta.
Nota
* Esse neologismo foi inventado pelo falecido, pelo saudoso Esmaga numa gloriosa tarde na saudosa, na falecida "boca maldita"; é mistura de horroroso e horrível. Algo como açúcar no leite condensado ou catchup no tomate. (Por que será? No Brasil 99% das emendas são bastante piores que os sonetos? As novas camisas conseguem ser mais feias que as normalmente feias originais!).
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