– Quem ganhará a Copa? Se soubesse não seria escriba, não moraria em Curitiba, iria embora pra Passárgada, lá sou amigo do rei. Mas sempre posso dar um palpite, um chute, coisa pouca, modesta, sem compromisso, vamos lá? Itália e França não têm apenas os melhores beques dessa Copa de tantos bons beques. Têm também os mais seguros sistemas de alarmas, que fortalecem os complexos defensivos, os deixam próximos da invulnerabilidade. Quer ver?

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Tudo começa com a perda da bola no campo de ataque, ponto de partida do espetáculo defensivo: rapidamente se desencadeia a "operação grande roque"; batedores impedem o adversário de sair velozmente pro jogo, ralentam seus movimentos, ganham tempo-espaço para que dois sólidos blocos se formem na retaguarda com oito, nove homens distribuídos em sinuosas linhas de quatro, cinco, prontos para a proteção do Rei. O avanço inimigo será lento, cauteloso, como a caminhar sobre terreno congestionado, cheio de minas, entre obstáculos que se multiplicam em movimentos harmoniosos.

Que fazer? Como abrir as fortalezas? Como burlar as feras vigilâncias? O contra-ataque seria ideal! Mas contra-atacar quem não se abre, quem ataca com tão poucas peças, tão lenta, cautelosamente? Manobras interiores com grande inferioridade numérica (6x9)? Cerco&assédio idem idem? Para piorar: Itália e França não possuem atacantes especiais, tipo comando, de solitárias sortidas: Henry e Toni têm pouca autonomia de vôo, o italiano menos que o francês. E então? Resta aproveitar raro repente ou iluminação de tipos como Zidane, Del Piero ou funda falha individual. Haja paciência! E sorte! Ou fortuna&virtù.

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Convite ao Encantamento

Depois de encarnar o cego Tirésias e o mago Merlin, quero sugerir duas viagens ao encantado mundo das flores; relax and enjoy. Na Comendador Araújo – que melhora a cada 15 minutos – na altura do Thalia, soberbos Ypês (sic) Rosas surpreendem, deslumbram. O creme do creme ganha altura antes de se abrir sobre a rua, quase cobri-la; é um espetáculo de espanto e luxo.

Conhece a pracinha do Japão, no Batel? Pois a partir dela, no sentido do final da Sete, do lado direito de quem desce, há um renque de Cerejeiras em flor que é impossível não admirar. (Na Anita Garibaldi, entre meu amado Eça de Queirós e a penita, como diz o caro Ali Chain, há alamedas de Cerejeiras floridas. Bá, tchê! Que cosa, tchê!)