No mau gramado do curioso estadinho de Santo André, o Coritiba fez narcotizante jogo com a equipe da casa e perdeu em dois lances em que o seu sistema defensivo foi atacado por falência múltipla dos seus órgãos mentais, físicos, técnicos, táticos, disciplinares. No primeiro a rapaziada do Santo André fez linha de passe com a cabeça dentro da área do Coxa; no segundo, um bravo avante do Santo André foi mais que suficiente para burlar a trôpega vigilância defensiva do Coxa: 2 a 1.
Placar justo, escore injusto? Nem justo nem injusto pela simples, boa razão que a palavra-conceito de justo ou injusto não cabe neste contexto exceto como licença poética: aqui eles são mal aplicados, ficam deslocados, tanto ou mais deslocados que o vazio conceito de "justiça social". Outro dia pedirei as luzes do grande Hayek pra jogar esse entulho no lixo; aguarde.
O Coritiba jogou muito pouco, quase nada, criou apenas uma situação de gol no segundo tempo, e foi vítima dos próprios, primários erros, para não mencionar a nova cinzenta tarde do trio em ré menor (ou trinca?) Jackson-CaioCaiCai-Alberto. CaioCAiCai merece parágrafo. Amigos, romanos, coxas, concidadãos! Notem que o Caio com a bola no pé avança (?!) de cabeça baixa a traçar espécie de oito de curvas bem fechadas, avança (?!) na base de árduos cortes pra lá, pra cá, até o inevitável e inglório fim a queda. Total? Total?? Total??? (Sou do tempo em que a linha reta era a menor distância entre dois pontos...)
A humanidade se divide grosseiramente em dois tipos os críticos dos defeitos e os críticos das virtudes. Nos dias pares engrosso as amargas fileiras do primeiro grupo; nos dias ímpares, as doces fileiras do segundo grupo; nos domingos descanso... que ninguém é de ferro.
Nas linhas acima fiz críticas dos defeitos; agora farei uma crítica das qualidades, qualidades demonstradas pelo Batatais no gol do Coritiba. Ele veio de trás, arrancou, antecipou-se velozmente aos adversários, testou mortalmente a bola vinda do fundo. Golaço. Ninguém falhou do outro lado. Vai pro trono ou não vai?
Pra encerrar, pra variar: os arremessos laterais do Ricardinho são praticamente inócuos pois não passam de "jogar a bola no bolo" diante de defesas de frente pro crime. Melhor seria se dois ou três companheiros saíssem da área pra descongestioná-la e lançasse o lateral pra alguém a entrar de frente pro gol, pronto pro frontaço!
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