Muito antes da "Boca Maldita" se transformar numa inchada, irreconhecível, caricatura dela mesma, no tempo em que a escola era risonha, franca, o Mazza, Luiz Geraldo Mazza, foi testemunha ocular e auditiva de cena bastante pedagógica. E que somente a meu pedido deve tê-la reproduzido mil vezes pelo menos. Seguinte, ponto, parágrafo.
Quase na esquina da travessa Oliveira Belo com a avenida João Pessoa, depois Luiz Xavier, "a menor Avenida do mundo", havia um café, mais um café. Que não era exatamente o nosso preferido entre outras razões porque ficava do lado errado da avenida, do lado direito de quem sobe.
O proprietário, italiano atípico, tipo de maus bofes, poucas palavras, nenhum sorriso, dirigia tudo com fera, feia cara; era o que bastava para manter a ordem, condição sine qua do progresso a crer nos positivistas que emplacaram a máxima na republicana pendão da nossa terra que a brisa do Brasil beija e balança.
Uma tarde, uma bela tarde, lá estava o Mazza a comboiar numeroso grupo de admiradores-ouvintes-contendores, quando explodiu bate-boca entre as missionárias mulheres que nos serviam e o freguês-chato-de-plantão, essa fatalidade. Rodado como velho táxi, o italiano como direi? incontinenti! entrou de sola, falou pra elas:
Ei! Grosso aqui só eu!
E mais não disse. Nem foi necessário. Restabeleceu-se a ordem. Moral? Isso, sim, é que é moral, cara-pálida.
Contei a cena como introdução à história de hoje. Que tem como personagem Matthäus, Lothar Matthäus, pode chamá-lo de Mateus, o treinador alemão do Atlético, talvez o último grande grande craque produzido por lá, o craque que comandou a excelente seleção alemã que conquistou facilmente a Copa do Mundo de 90, na Itália.
Ih! A alegre rapaziada da "imprensa escrita, falada, televisada" que acompanha o cotidiano do clube e as peripécias do alemão está de cara, passada, com as suas (dele, Mateus) sucessivas demonstrações de como direi? mau humor? Azedume? Por aí. A penúltima dele terminou em pugilato, para usar palavra contemporânea da chegada de Cabral à costa tupiniquim; em bom português, terminou em soco-pontapé-nocaute. Ou madeeeira.
Que feio. Que papelão. Posso estar enganado, mas o Mateus não veio para os tristes trópicos pra dar lições de má educação. Ao contrário.
Esperamos bons exemplos na cidade&campo, planície&montanha, vestiário&banco de reservas, nos treinos&jogos, na vida, no sonho, na vigília, no sono.
Grossura por grossura ficamos com o PNB, produto nacional bruto. Manera, Mateus.
Deixe sua opinião