O grande Beckenbauer esteve no patropi, no Rio, em Mangueira teu cenário é uma beleza. Bateu bola, posou para fotógrafos&cinegrafistas, foi entrevistadíssimo, a tudo e todos atendeu com bom humor, elegância, simplicidade, enfim, agiu-reagiu-se-comportou como jogava: um craque, fora de série.
Os alegres rapazes da crônica escrita-falada-televisada (seja lá o que isso possa ser) não deixaram por menos, metralharam o caro Franz com o de sempre, com o repertório fixo, universal: qual o maior jogador? Qual isso? Qual aquilo?, etc.
Ele não se fez de rogado, desembuchou: Pelé, claro; Cruyf; futebol = Brasil; e, tchan-tchan-tchan, o destino bate à sua porta, "Carlos Alberto foi o mais completo defensor". (Rubro, acalorado, repito: modestamente.)
Rapaz, ô rapaz, não sabia que estava com essa bola toda lá com o Franz; devo pedir aumento de salário, luva, bicho, ou esperar sentado os justos, os materiais louros de hoje?
Sério. Gostei muito da homenagem do Beckenbauer ao querido xará, Carlos Alberto Torres, o grande Carlinhos, cria do Flu, capitão do tri no México, bolão. Para você ter idéia da alta classe do Carlos Alberto, contarei uma história.
Aposentados, Pelé e Gerson eram entrevistados na véspera de uma Copa: um em São Paulo, o outro no Rio. De repente, o Luciano do Valle lançou largo centro sobre a área: "Vocês que jogariam em outras posições, que seriam titulares na zaga, na lateral...". E não terminou a frase porque os dois, como se tivessem combinado, o interromperam: "Na lateral, não; na lateral, o Carlinhos".
Na lateral, o Carlinhos. Que encerrou a brilhante carreira a jogar de beque, na sobra, no Cosmos, New York, New York.
De pé, cabeça levantada, sem chifrar a bola, sem dar bico nem pontapé na pobrezinha, sem fazer única, escassa falta, sem dividir, sem dar carrinho, sem empurrar, puxar, agarrar, solar, sem rasgar, ferir nem matar a jogada, o jogador, o jogo, sem isolar a bola, sem dar vergonhosos chutões noblesse oblige.
Absoluta economia de gestos, de movimentos, de esforço, de trabalho. Corridinha pra lá, corridinha pra cá, dois passos à frente, dois passos atrás, a trotar com garbo, elegância noblesse oblige.
A simplicidade encarnada, estilo depurado, destilado, livre de nódoa, da escória, do supérfluo, do apêndice, do gratuito, do contingente.
Assim eu vi o Carlos Alberto durante 90 minutos contra a Argentina campeã do mundo em 1978 não foi batido uma vez, sequer driblado. Não errou passe, não errou drible, não errou nada. Que lição. Que show.
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