Quer ter ampla amostra do baixo nível intelectual, mental, cultural, esportivo, moral, disso que passa por elite da torcida brasileira, gente com grana pra ter micro e tempo pra ficar à sua frente a produzir dilúvios de besteiras?

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Então passe rapidamente sobre os títulos das mensagens enviadas a um desses fóruns de discussões, onde não se discute rigorosamente nada, pois todos se limitam a enviar opiniões, sem se dar ao trabalho de ler os outros, as outras. Por outras palavras, é imensa série de achismos, 99,99% asnáticos. Como os conspiratórios!

Meu Deus! Como tem gente a pensar que "vendemos" o jogo, que "entregamos" a Copa, que "negociamos" a derrota, que fomos "corrompidos"! Como em 1998! De novo!

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E os argumentos, Senhor! Cabo de esquadra que teve meningite não pensaria duas vezes antes de repudiá-los. Horreur!

Um em 100 lembra o óbvio, o ululante: não perdemos, a França ganhou. E ganhou porque jogou melhor, porque tem uma equipe melhor. Simplesmente.

Precisamos aprender a perder, a reconhecer a superioridade do adversário. E cumprimentá-lo ao invés de detonar mais um odioso processo de caça às bruxas. Ou de procura de bodes expiatórios. Noblesse oblige.

Sintomático

Se precisasse apenas de um sintoma para diagnosticar a crise moral que percorre o Brasil de cabo a rabo, de cima abaixo, a relutância do Parreira em se demitir bastaria.

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No mundo, mundo, vasto mundo, a regra é entregar o posto, o cargo, o comando, a direção, em seguida a derrota, ao fracasso. Preciso acrescentar que são funções políticas?

Não quero cometer injustiça, mas suspeito que o pioneiro nesse tipo de comportamento é o Zagalo: lembro ainda vivamente a desprezível atitude que tomou depois de um dos seus insucessos – em 74? em 98? na Olimpíada? Com admirável cara-de-pau não hesitou em anunciar – reproduzo de memória – "estou pronto para continuar a servir ao Brasil, à seleção".

Que desprendimento! Que desinteresse! Quanto altruísmo! Quanto espírito de sacrifício! Atitudes como esta nos comovem, são paradigmáticas! Verdadeiro exemplo para as futuras gerações.

Pede demissão, Parreira. É o mínimo que pessoa com mínimo de dignidade (não apenas profissional) deve fazer. Não constranja a CBF, não a obrigue a demiti-lo; saia com gesto irreprochável. E irrevogável. Este seu ciclo na seleção acabou; sua carreira prosseguirá nos clubes.

Encerrarei esse tópico com a máxima (i)moral do "PSD de Minas", o mais esperto agrupamento político da história republicana: "Ao inimigo não se pede sequer demissão!"

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