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Outro dia, ao batucar sobre os 40 anos do Romário, prometi pulverizar (sic) idiotice que poucos brasileiros – entre eles o Abel, Abelão – repetem impunemente: "na área o Romário é melhor que o Pelé" (grifo meu, CAP).

E agora? Como dormir com esta cretinice a zunir nos ouvidos? Delenda Cartago! Vou à luta.

Antes do pontapé inicial, lembrarei algo que o grande Roberto Campos repetia no seu doloroso apostolado: "Todos temos direito às nossas opiniões, mas não aos nossos fatos".

Ora, "na área o Romário é melhor que o Pelé"ou é questão de fato, objetiva, ou é questão de opinião, de gosto, subjetiva. Nesse caso vale tudo, e posso espectorar monstruosidades como "na minha opinião, o Cafuringa foi melhor que o Pelé". Tão idiota quanto a opinião do Abel, Abelão, e de poucos brasileiros. Dito isso, vamos ao que interessa, aos fatos, aos insubornáveis, aos obstinados fatos.

O fato

Para não aborrecê-lo, ficarei num número apenas, num fato – inquestionável, maciço: o Crioulo fez mais de 100 (cem) golos de cabeça. Ou melhor, o Crioulo fez mais de 100 golos com a testa. E de olhos abertos. Pois quem cabeceia ou é miúra a baixar a cabeça e investir de olhos fechados para chifrar a bola ou é veneranda senhora a fazer a siesta, sacou?

Nessa altura, devo confessar uma dúvida: será que o Negão fez a maioria dos seus golos de testa de dentro da área? Claro, em se tratando dele tudo é possível – e vai que o Pelé fez mais de 100 golos de testa lá do meio-de-campo... Ou da sua área... Ou próximo da bandeirinha de córner...

Já o Baixinho fez todos os seus golos, inclusive os de cabeça, de dentro da área, a imensa maioria de dentro da área pequena. Talvez por isso o Abel, Abelão, e alguns outros poucos brasileiros achem o Romário melhor na área... pequena...

Para encerrar a coluna, pois o tópico está concluído, não? Nenhum avante foi melhor que o Pelé em nenhum item! O Pelé não foi segundo em nada! Em todos os aspectos ele foi o primeiro, o tal, o bom, o degas, massa. A começar pelo físico, pelas qualidades físicas. Que permitiriam a ele disputar o decatlo olímpico.

Preciso mencionar sua inteligência, inventividade, técnica, habilidade? Sua irreal visão de jogo? (Dava impressão de ter três olhos! O terceiro móvel; às vezes próximo das orelhas, às vezes na nuca. Um espanto.)

Razão tinham os redatores da argentina "El Gráfico", que em 1958 escreveram: "... tiene 17 años y ya sabe todo lo que debe saber um crack. Pero además de saberlo todo es capaz de INVENTARLO TODO (maiúsculas do original)".

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