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A última vez que me interessei por tênis como fãzoca foi na gloriosa época dos inacreditáveis canhotos e do não menos inacreditável sueco. Estou a me referir ao IceBjorg, Big Mac, Jimmy Connors. Que trio!

Posso estar enganado, afinal de contas a memória como a carne é fraca, humana, demasiado humana, mas desconfio que tudo se passou no neolítico superior. De lá pra cá, nem o Guga conseguiu me tirar da cama, me levar pra frente da telinha*. O que não me impede de batucar mal traçadas sobre ele, suas façanhas, sua dura luta pra voltar ao topo. Meu tema hoje.

À época dos problemas que o levaram a cirurgia, e depois, Guga nunca mais foi o mesmo, está a despencar em todos os rankings. Agora mesmo, na Bahia, perdeu para o 313º! Será o dobre de finados?

Minha resposta é não, ainda não. Sabe por quê? Porque ele não está bichado nem sente mais as dores que o derrubaram. Pelo menos é o que está a declarar dia sim, dia também. Aleluia.

Além disso, Gustavo Kuerten tem a marca registrada dos campeões, o sinal característico dos grandes atletas. Que a gente conhece por garra, raça, luta, disciplina, fortaleza de espírito. Numa só palavra – moral.

Qual é, então, o seu problema, dado que não perdeu a classe, que não esqueceu a técnica de jogar grande tênis nem é veteraníssimo, não chegou ainda aos 30?

Meu palpite é: tédio, enfado, ausência de alegria de jogar. Um mal irremediável?

Nota (e que nota!)

Não espalhe; tênis me causa torcicolo. Por falar em torcicolo, sabe como se caça hipopótamo? É fácil. A gente vai pro rio onde há hipopótamos, claro. Lá, munidos de boa linha de mão, a estendemos entre as margens, logo abaixo do espelho d’água. Preciso acrescentar que a gente se divide? Um de um lado, o outro do outro, a espera do nosso herói? Que farda, mas não talha. Aí, quando ele pinta no pedaço, cabeça erguida, pra fora d’água, lépido, fagueiro, folgazão, eis senão quando é surpreendido pela linha de mão no imenso pescoço. Pronto. É chegada a nossa hora, a nossa vez, cara pálida. Assim como quem não quer nada, você sussurra – hipopóóóótamo. Ele, gentil, atencioso, vira a cabeça pro seu lado. Nesse mesmo instante, entro em cena e sussurro igualmente, lá da outra margem – hipopóóóótamo. O que o obriga a virar a cabeça pro meu lado. E assim vamos nós até produzir tremendo torcicolo no pobre do hipopótamo. Que acaba por desmaiar de tanta dor. Aí a gente chama os maqueiros. Que adentram ao tapete verde e carregam o hipo pro zoológico. Onde casará, terá filhos e viverá feliz pra sempre.

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