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O craque é raridade, fora de série. O bom jogador é exceção. A regra é a mediocridade. Algo como: medíocres, 65,99%; bons, 34%, craques, 0,1%. O Keirrison é craque?

Antes de responder, direi duas ou três coisas que imagino ter aprendido sobre o craque.

Não se iluda, craque de verdade pinta cedo, bastante cedo, pelos 16, 17, no máximo 18 anos. E antes dos 20, pouco antes dos 20, já está a pleitear, a disputar vaga na seleção adulta, certo?

Atenção! O que escrevi aí em cima não é palpite, opinião, achismo, fantasia, capricho ou chute. É produto da experiência, pesquisa, observação.

Para maiores detalhes procure o livro (esgotadíssimo) "Os gigantes do futebol brasileiro", do João Máximo. E confira, cheque: desde Fried, Marcos, Feitiço, Fausto, passando pelo Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Zizinho, Ademir, Jair, até chegar nos Santos, Djalma e Nílton, Castilho, Gilmar, Didi, Garrincha, Pelé, Gerson, Carlos Alberto, Rivelino, e depois, Falcão, Zico, Sócrates, Ronaldos, os craques de verdade, fora de série, todos pintaram cedo, madrugaram. As raras, muito raras, exceções confirmam a regra. (Se a pesquisa for às margens do Prata, a confirmação será esmagadora.)

Voltemos ao Keirrison. Que encantou os quase seis mil coxas que foram ao Alto da Glória ver o Coritiba bater a Adap, na quinta-feira. É um craque a jovem promessa de 17 anos, artilheiro do clube na Taça São Paulo de juniores com oito golos?

Minha resposta será um puro, um desavergonhado e "em cima do muro", não sei; preciso vê-lo jogar ao vivo, em cores, de corpo presente. Mas o pouco, muito pouco, o pouquíssimo que vi deu para abrir o apetite, acender uma vela, orar: o gol que fez contra a Adap, na quinta-feira, me parece uma luz no fundo do túnel. Oremos, irmão! O que mais nos resta fazer?

Aí, porém

Não quero chateá-lo, caro coxa-branca, nem quero deprimi-lo: mas ou o Keirrison é no mínimo um bom jogador, e nesse caso tem de ser titular absoluto dessa equipe, desse grupo, ou ele não passa de mais uma ilusão.

A outra hipótese, não tão remota assim, é a seguinte: os 45 mil treinadores-preparadores-técnicos-professores-doutores-assistentes-auxiliares-estagiários-concursados-do quadro fixo-extra numerários, vestibulandos, docentes, decentes, discentes, etc., que se acotovelam no CT do Atuba e no já mencionado Alto da Glória, estão a comer bola, estão a passar batidos, cegos pro óbvio e pro ululante. Ou não foi o treinador dos juniores que disse mais ou menos isso: o Keirrison precisa mais tempo para ser lançado em cima?

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