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É curiosa a apreensão dos bissextos, da imensa tchiurma que somente acompanha as peripécias do velho, do rude esporte bretão, a cada quatro anos, quando a "pátria de chuteiras" entra em campo para disputar mais uma Copa do Mundo. Eles querem saber se somos favoritos! Santa simplicidade. Santa ignorância.

Claro que somos favoritos, sempre somos favoritos ou não somos grande potência futebolística, detentores da "Coup Jules Rimet", cinco vezes campeões do mundo, a pátria dos imortais avantes, Fried-Leônidas-Pelé, o maior de todos, de todos os tempos idos, vividos, por vir?

Outra questão, bem diferente, de difícil resposta, é: ganharemos a Copa pela sexta vez? Traremos novamente o caneco?

Ora, entre o favoritismo e a conquista "cai a sombra". Por quê? É o que tentarei expor a seguir; relaxe.

Dos esportes coletivos, o futebol é seguramente o menos previsível, o que produz maior número de zebras. Por outras palavras, as surpresas-decepções são rotineiras. Para reforçar o óbvio, o ululante, lembrarei algo já bastante antigo, a ação da "máfia da loteca". Vamos lá.

O grande golpe

Qual era a jogada? Simples: fechavam dez triplos e ferravam apenas três palpites puros, simples. Ou apenas três apostas na cabeça em 13 jogos! Qualquer coisa como 23% de "certeza" contra 77% de "seja o que Deus quiser".

Atenção! Aqui entra o lado mafioso da história: para se garantir, o que fazia a "cosa nostra" curitibana? Não contente de escolher a dedo os três jogos, as três barbadas, ela saía a campo para se precaver contra os azares, os acasos do joguinho. E não hesitava. Corrompia árbitros, bandeirinhas, jogadores. O que, oh, não! não a impedia de quebrar a cara.

– Mas por que o futebol leva a medalha de ouro no quesito zebra?

– Porque é jogo de onze pra cada lado num espaço de 105X70 no qual uma bola redondinha, arisca, é disputada pela rapaziada com os pés. Por isso mesmo, ela nunca está totalmente dominada, ao contrário: quase sempre está a prêmio, muitas vezes dividida, vítima indefesa de ferozes disputas.

– Ocioso acrescentar que cada campo de jogo é um campo diferente, que as partidas vão ao ar chova e/ou faça sol. E as regras, tão fáceis de memorizar, são tão difíceis de aplicar, especialmente a do "off-side", do fora de jogo, do impedimento.

Para encerrar. A Copa é torneio, não campeonato em dois turnos, pontos corridos. Por ser torneio um simples vacilo é fatal. A partir das oitavas de final, perdeu, bailou. Sacou? Então, ore irmão.

P.S.: Só nós ganhamos fora do continente, em 58.

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