E o fardamento do Paraná Clube, hein? E a nova camisa do Paraná Clube, hein? A cada dia que passa ela mais se aproxima do estatuto... do já mui citado Paraná Clube.
Estatuto que reza com todas as letras (de forma, caprichadas, letras de domingo, dia santo, feriado, ponto facultativo): as cores do clube são três: azul-branco-vermelho.
O azul, digo eu, o locutor que vos fala, herdado do falecido Pinheiros; o vermelho, herança do finado Colorado. Já o branco, o angelical branco, o virginal branco, o branco da paz senão da prosperidade, o branco é grata, é original contribuição da lavra de grupo de trabalho de associados. Que modestamente preferiu o anonimato. Ou que despontou pro anonimato? Bravo. Aleluia.
Infelizmente, por perdoável cochilo da nossa parte, por igualmente perdoável falha técnica, há mais ou menos 17 anos a camisa titular do clube de todas as vilas, a camisa número um, a jogadora, a de fé, irmã, camarada, é, tchan-tchan-tchan, "tricolor de apenas duas cores".
Cá entre nós, não foi fácil chegar a esse espantoso resultado: a rapaziada capricharam, como diria o Lula. Cá entre nós, essa façanha ultrapassou mais obstáculos que os opostos à quadratura do círculo. E que economia de gestos! E que golpe de gênio! Tricolor de duas cores!!! Não mais que duas cores!!! Apenas duas cores!!! Que se bastam. Que valem por três. Como as promoções lá da terrinha: leve duas, pague três!
Vai pro trono ou não vai? É esse? É esse? É esse? Tereziiiiinhaaaaa. Roda! Roda!
Mas nada como um dia depois do outro.
E eis senão quando, na calada da noite, enquanto os cães não ladram e a caravana não passa, enquanto a plebe rude na cidade dorme/eu jantando com o Jacinto/que é também de Tormes/Terezas e Dolores falam bem de mim/já estou na coluna do Ibrahim/como é que pode?/Ah! Depois eu conto...
Enquanto isso, em local incerto e ignorado, numa obscura, bem protegida sala, a tchiurma do "think-tank" do Paraná, em parceria com os alegres rapazes do "brainstorm" do mesmo Paraná, prepararam uma revolução, algo que certamente ficará registrado nos anais da história do clube e (por que não?), com conversa, jeito, ela terá todo um capítulo na história do velho, rude esporte bretão nesse imenso pedaço dos tristes trópicos.
O que fizeram os gênios? Desembucha, Carlos Alberto!
Eles acrescentaram o branco ao azul e ao vermelho. Transformaram o único "tricolor de duas cores" em tricolor propriamente, banal, de três cores. Como em todo o mundo. Perdi a piada. E agora? O que farei?
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