Esta é para ser uma coluna de esportes, não apenas uma coluna de futebol; como prometi, falarei de outros esportes, de basquete por exemplo. Vamos lá.
A temporada 2005-06 da NBA, a liga profissional de basquete dos EUA, entrou na reta final. Olê, olá.
Infelizmente, a NBA parece não estar com essa bola toda: seus índices de audiência estão longe dos tempos áureos dos áureos KareemAbdul Jabar-Magic Johnson-Michael Jordan-Larry Bird-Barkley-Ewing-ETC. E a ESPN reserva homeopáticos espaços à ela; estamos nas finais das chaves Leste-Oeste; no entanto a ESPN desdenha olimpicamente a série Phoenix-Dallas pra se concentrar na Detroit-Miami.
É uma pena, porque perdemos excelente ocasião pra ver ao vivo, em cores, o chocante contraste entre dois estilos de jogo, duas maneiras de jogar basquete.
À Oeste a escola é risonha, franca, a rapaziada dá impressão de ter sido criada ao som (?!) dos embalos das "festas" raves; à Leste tudo é pesado, medido, contado; e o ritmo não raro é o de pesadelo de verão: bummmmm-bummmmm-bummmmm.
À oeste, "laissez-faire", "laissez-passer", "pelada" pura, correria, ataque, taquicardia, contagens próximas de 250 pontos. À Leste, travas, trancos, barreiras, barrancos, pedágios, defesa, pega/mata/come, violência, virulência, contagens abaixo de 180 pontos.
À Oeste, esporte. À Leste, guerra. À Oeste, espetáculo. À Leste, "duelo ao entardecer". À Oeste, oh! quanto riso! Oh! quanta alegria! À Leste, seriedade, disciplina. À Oeste, espírito de fronteira, aventura. À Leste, puritanismo, ética do trabalho. À Oeste, faroeste. À Leste, série noir, policiais. À Oeste, nouveau-richisme. À Leste, ouro velho. À Oeste, Los Angeles-Hollywood. À Leste, NewYork-Broadway. À Oeste, informalismo. À Leste, terno-e-gravata. À Oeste, coquetéis coloridos. À Leste dry-martini. À Oeste, Smith&Wesson. À Leste, metralhadora. À Oeste, casas, À Leste, prédios. À Oeste, sol, pradaria. À Leste, sombra, porão. Assim ao infinito.
Na segunda semana de junho os estilos se enfrentarão: campeão do Leste X campeão do Oeste. Mais uma vez torcerei pro Leste.
Babo de admiração ao ver os negros defenderem. Mui especialmente os "bad boys" de Detroit, do Pistons. Eles não pedem licença pra pegar pesado. E definitivamente não estão nem aí, simplesmente não querem saber quem estão a enfrentar ou com quem estão a lidar; é pau puro.
Além de ser carnívoro confesso, de carteirinha, carnívoro militante, gosto de ver sangue, gosto de ver sangrar. E os Pistons fazem sangrar. Eles são meus ídolos.