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Dos nossos estádios aqui na "city que ri", não sei bem o porquê, mas tenho um xodó pelo velho de guerra Durival Britto e Silva, na Vila Capanema, agora "Jardim Botânico".

Minha paixonite talvez se deva ao fato de o glorioso Fluminense FC ter vindo inaugurá-lo, em 46: Pedro Amorim-Ademir-Simões-Orlando-e-Rodrigues. Que linha*, hein?

Sempre gostei de ver jogos lá. À época, um meio termo entre o Belford Duarte e o Joaquim Américo: esse era muito apertado; aquele muito ancho. No Belford, lonjuras; no Joaquim, corpo-a-corpo. Um sufoco.

Na Vila vi alguns dos melhores espetáculos da vida. E tive grande decepção, em 55, quando me despacharam de Irati, com frete pago, para ver ao vivo, em cores, a louca paixão perder para o falecido Ferroviário, 4 a 3.

A volta ao lar foi mais melancólica que a retirada da Laguna. Na frente da pharmácia (sic) do meu pai ficava o ponto de ônibus da "Estrela Azul": ali se plantaram estrategicamente amigos&inimigos de infância a esperar o Negrinho com salvas de gozações, sarros, deboches, piadas. Filho do Norte, guerreiro Tupi, sobrevivi. E cá estou para mostrar que sou sublime...

Cara pálida, não espalhe: fiz na Vila e pelo distinto público do auditório o que o grande Vasco da Gama fez para a modernidade: ele descobriu o caminho das Índias; mais modesto, descobri o local pra ver jogo no velho, no acolhedor Durival: o último degrau da geral, de pé**, a mureta às costas, o relógio em cima a marcar implacavelmente a passagem do tempo, da vida, do jogo. Além de acompanhar as peripécias, aprendíamos a morrer. Duplo achado. Que o pessoal, por distração, comodismo, medo, sempre desprezou. E para onde comboiei minha tchiurma, meus parceirinhos: Getúlio e Arthur de Souza Castro, Tito Puppi, Mazza, Nicolau, Arno Campos. Segue.

Notas

* Sou do tempo da "linha", das linhas imortais, de todos os tempos, pois a linha evolutiva do joguinho não ultrapassou o cinco-cinco, o fim da história. Baby-Miltinho-Neno-Tony-e-Renatinho; Viana-Rui-Neno-Jackson-e-Cireno; Maurílio (China)-Isaldo-Juarez-Afinho-China (Maurílio); Osíris-Nivaldinho-Odilon-Agostinho-e-Xavier; Zeca-Roberto-Miguel-Alex-e-Octavinho; Liminha-Aquiles-Montagnoli-Jair-e-Rodrigues; Cláudio-Luizinho-Baltazar-Jackson-e-Carbone; Joel-Rubens-Índio-Benitez-e-Esquerdinha; Alfredinho-Álvaro-Del Vechio-Vasconcelos-e-Tite; Faustino-Dudu-Baiano-Bazani-e-Beni; Luizinho-Bodinho-Larry-Jerônimo-e-Canhotinho; Leto-Max-Tuca-Pito-Antoninho; ao infinito.

** Futebol é para ser visto de pé; esse negócio de sentar é pura frescura.

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