Inveja dos adversários, mau olhado, praga da Fomento Paraná, só pode ser isso. Chuva na cidade e o teto retrátil fechado assegurando boas condições para a prática do esporte bretão. Mas nada de futebol por parte do Atlético. Como o Grêmio é um time mais forte do que a Universidad Católica, deu no que deu.
Não se iludam com a Libertadores, que é quase uma loteria, pelo excesso de times meia-boca mas com tradição em seus países e que lutam bravamente. O Brasileiro, pelo rigoroso nivelamento técnico dos participantes, propicia uma avaliação mais correta. Lento e sem criatividade no meio de campo o time de Paulo Autuori passou o primeiro tempo gastando a bola e emprenhando o seu torcedor com um ataque ineficiente.
O Grêmio veio com tudo na etapa complementar e logo de saída fez um 1 a 0 com Luan e fez 2 a 0 com Barrios, confirmando que possui time mais completo e com melhor desenho tático. Simples assim. O goleiro Marcelo Grohe, ou algo assim, foi infantil na cera e mereceu a expulsão.
A Arena da Baixada anda enfeitiçada.
O muro Vanderlei
Toda unanimidade é burra, costumava dizer Nelson Rodrigues. Mas que o goleiro Vanderlei foi o maior responsável pelo triunfo do Santos sobre o Coritiba até mesmo o mestre reconheceria como óbvio ululante. Não se discute o óbvio, ainda mais se ululante e unânime.
Poupando jogadores titulares que se desgastaram muito nos altiplanos da Bolívia no jogo pela Libertadores, Dorival Júnior promoveu diversas improvisações e quase pagou o preço por isso. Ficou nervoso, perdeu a tramontana e foi expulso pelo árbitro.
O Coritiba foi bem superior ao Santos no plano coletivo, criou maior número de oportunidades de gol, entretanto foi rigorosamente incompetente nas finalizações. Nem se fale de Henrique Almeida, que apenas fez número em campo, mas Kléber teve chances reais que pararam nas mãos ou mesmo nos pés do arqueiro santista.
O Santos achou um gol no começo e nada mais realizou, a não ser se defender e contar com a performance de Vanderlei. Galdezani foi o jogador mais lúcido do time coxa-branca e também chegou com perigo ao ataque, porém sem sucesso nas finalizações.
Sem ainda ter tocado na bola desde que entrou no jogo, nos instantes finais o estreante Alecsandro teve a camisa puxada pelo zagueiro David Braz. Pênalti marcado e cobrado pelo próprio Alecsandro. Tentou colocar a bola no canto, telegrafou e chutou fraco. Intervenção perfeita do muro Vanderlei, o herói da Vila Belmiro.
Empate azedo
Se o empate sem gols com o ABC, em Natal, pegou mal para o Paraná, pior foi a sensação da igualdade com o Paysandu. O volume de jogo paranista foi apreciável, mas o ataque não conseguiu repetir a eficiência registrada no triunfo sobre o Goiás. Até pelo contrário, o rendimento ofensivo surpreendeu negativamente. Apenas o atacante Minho demonstrou um pouco mais de inspiração na busca do gol em meio ao fechado sistema de jogo da equipe paraense. Na avaliação de Cristian de Souza a atuação foi positiva no plano geral, mas decepcionante nas operações ofensivas. O zero a zero foi mesmo um empate azedo para o Paraná na Vila Capanema.