• Carregando...

Messi emergiu neste século para comprovar a existência dos gênios do século passado. É o prolongamento de Pelé e de seu conterrâneo Maradona. Ele faz bem a quem está começando a apreciar o futebol e faz melhor ainda a quem apreciou o futebol de outrora.

Leo Rabello, empresário, credor do Paraná no caso Thiago Neves.

Pep Guardiola conheceu Lionel Messi nos quatro anos em que trabalharam juntos. Depois do show do craque argentino, declarou: “Ele é imparável”. Na jogada do segundo gol da goleada do Barcelona sobre o Bayern Munique, ele ludibriou o zagueiro aplicando um drible pelo lado direito que deixou Boateng no chão. Depois, um leve toque por cima do gigante Neuer. Gol de mestre. Gol que Pelé e Maradona teriam prazer em assinar.

Deixa estar que é ótimo termos um jogador como Messi em atividade e não só pelo prazer de contemplar o futebol de um craque excepcional. Melhor ainda para que a juventude internacional e a juventude brasileira em particular possam ver como é possível jogar num grau muito mais elevado do que este a que estamos habituados há algum tempo.

E também para que ela, a juventude, compreenda que não há exagero quando lhe contam coisas geniais de um Pelé, de um Garrincha, de um Didi, de um Tostão, de um Gerson, de um Rivellino, de um Zico, deste, daquele e tantos jogadores extraordinários que tivemos neste e em outros países do futebol.

Sobretudo para que os jovens não pensem que esses jogadores são frutos da imaginação de críticos ou de torcedores saudosistas, como gostam de chamar, sem sequer saber ao certo o que significa a palavra “saudosista”.

Os jogadores citados e dezenas de outros, aqui e no exterior, fazem parte da história – e história não é coisa de saudosistas, mas sim de pessoas que prezam a cultura, a memória, a arte, o intelecto, a identidade dos povos e das nações.

Nunca vi Leônidas da Silva e Zizinho jogarem, e assim mesmo nunca duvidei, um só minuto, das maravilhas que sobre eles falavam os críticos e torcedores daquela época, que os incluíam no patamar dos craques brasileiros e de gente da estirpe de Di Stefano, Sivori, Puskas, Eusébio, Cruyff, Maradona, Platini, Mathaüs, Zidane e outros que encantaram os estádios. Ou atuais ídolos como Cristiano Ronaldo, Iniesta, Roben, Müller e Bale.

Com 77 gols, Messi é o maior artilheiro da história da Liga dos Campeões.

Messi emergiu neste século para comprovar a existência dos gênios do século passado. É a reencarnação de todos os que foram, é o prolongamento de Pelé e de seu conterrâneo Maradona.

Messi apareceu para mostrar que existe uma categoria privilegiada, muito acima de mediocridades que a mídia exalta gratuitamente.

Messi faz bem a quem está começando a apreciar o futebol e faz melhor ainda a quem apreciou o futebol de outrora.

O futebol-arte sobrevive nos pés e na genialidade desses craques com sangue azul. O fim do futebol-arte é conversa mole de jogador que não sabe jogar em alto nível. É desculpa de técnico que só sabe treinar o antijogo. É desculpa de jornalistas e de torcedores que não sabem apreciar a arte.

Messi é a prova de que o futebol-arte está vivo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]