Se o futebol brasileiro ainda patina em muita coisa, no plano técnico engatinha sob os efeitos de uma nova era.

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O conceito de que o treinamento de um jogador deve se restringir aos exercícios no campo torna-se cada dia mais arcaico, na medida em que os clubes mais bem estruturados descobrem filosofias modernas para alcançar a qualidade total do atleta.

Mais do que um simples modismo, a busca pela excelência através das dinâmicas da auto-ajuda passou a ser rotina obrigatória nos clubes onde seus técnicos e preparadores físicos já enxergaram que a velocidade será o grande diferencial do jogador de agora em diante.

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Com pouco espaço para evoluir na parte tática – a não ser que a lei do impedimento sofra profundas alterações – o trabalho dos treinadores e auxiliares agora é no plano físico e mental.

A velocidade coordenada e coletiva que o Atlético tem imprimido em seus jogos nas últimas temporadas – quando decidiu diversos títulos importantes – é o resultado prático do trabalhou que começou a ganhar corpo com o que existe de mais moderno na preparação do atleta, das categorias de base aos profissionais, e está sendo colocado em prática no CT do Caju.

Existe um novo conceito no competitivo mercado de trabalho dos executivos que chegou ao futebol. A busca ao profissional de alto nível através de grafologias, mapas-astrais e atividades lúdicas contagiou o esporte, e hoje perdido é o clube que não tem em sua estrutura um bem equipado laboratório de fisiologia e a preocupação constante com o acompanhamento psicológico de seus jogadores. É preciso mergulhar no íntimo do indivíduo, conhecer suas deficiências orgânicas e trabalhar suas frustrações existenciais.

Um atleta de alto nível, que chega a ganhar três vezes mais que o executivo de uma empresa multinacional, não pode querer trabalhar apenas uma hora e meia por dia ou se desmotivar por qualquer coisinha.

A figura do psicólogo no dia-a-dia dos grandes clubes é tão comum quanto a dos demais profissionais.

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O trabalho de grupo é feito de forma integrada incluindo até mesmo os dirigentes, que são extremamente emocionais e uma só palavra ditada num momento errado pode colocar a perder todo um trabalho realizado durante meses.

Esta demonstrada a ineficiência de ameaças, apelidos pejorativos ou qualquer outro tipo de manifestação que possa causar perda de concentração ou de confiança, tanto no plano individual quanto coletivo. Recomenda-se o arquivamento de algumas brincadeiras que os cartolas gostam de fazer.

O homem não pode mais ser definido como um animal racional. Ele precisa ser valorizado em suas dimensões física, psíquica e espiritual.