No futebol como na vida a gente vai aprendendo as coisas conforme elas vão acontecendo. Não existe um modelo pronto e acabado de viver sempre bem, acertar todas as vezes ou não correr nenhum tipo de risco. O jogo da vida nos ensina que tudo deve ser absorvido com intensidade afinal as verdadeiras boas experiências são fugazes, enquanto os dramas e as chateações parecem não ter fim.
No futebol é igual. Vejam o caso do Coritiba que passou o campeonato inteiro lutando contra o rebaixamento e só mesmo nas últimas rodadas conseguiu sair do sufoco e praticamente livrar-se do problema. É reincidente.
Há três anos ele luta apenas para manter-se na Série A e os seus dirigentes ainda não aprenderam a lição.
A tentativa de consertar uma equipe trazendo de volta um técnico vitorioso no passado dificilmente dá certo. Poderia citar dezenas de exemplos, mas fiquemos apenas com dois treinadores que foram brilhantes na primeira vez e fracassaram na segunda experiência: Geninho, no Atlético, e Ney Franco, no Coritiba.
A decisão temerária e, por que não, desesperada de a diretoria coxa-branca apostar a sorte no simpático e afável Ney Franco quase resultou na queda iminente. Ele voltou muito prestigiado, conhecedor de todas as idiossincrasias do clube, amigo dos conselheiros mais influentes que seduzem os profissionais com jantares para dar pitacos na escalação do time e trabalhou honestamente, porém sem sucesso.
Tentou dar jeito em um elenco mal formado, tecnicamente desequilibrado e difícil de ser motivado pelos métodos usados e repetidos.
Com a corda no pescoço e faltando apenas cinco rodadas para o desfecho, bateu o desespero no Alto da Glória e surgiu Pachequinho como novo comandante.
Ele fez o simples: convenceu o grupo de que só mesmo com muito esforço e união conseguiriam livrar-se do pior. Pachequinho usou da sua experiência, escalou o time certo, melhorou o posicionamento da zaga e falou a mesma língua dos jogadores.
Houve a providencial coincidência de enfrentar Santos e Palmeiras decidindo um título e ambos colocando em campo os reservas. Facilitou bastante o trabalho, mas não se pode negar o mérito do treinador que esta prestes a alcançar o reconhecimento geral.
Uma das qualidades que puderam ser observadas no Coritiba dos últimos jogos foi a vontade com que o time entrou em campo para jogar futebol. Foi por causa desse alto grau de responsabilidade transmitido aos jogadores que, agora, Pachequinho tem nas mãos a chave do altar da glória alviverde.
Depois de domingo, do fim do drama, sobrará a expectativa de descobrir se os dirigentes aprenderam alguma coisa.
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