Desde as cavernas o homem procurou abrigo seguro contra as intempéries e os predadores. E não mudou nos milhões de anos que se seguiram. O sonho da casa própria continua sendo a maior aspiração familiar.
No futebol paranaense o time de maior torcida passou décadas como um sem teto para os principais jogos. Como a velha Baixada era pequena, mal cuidada, mas muito amada, só servia para os jogos de menor envergadura. Nos clássicos e nas decisões de campeonatos o Atlético era forçado a jogar nos estádios dos adversários.
Percorreu a cidade inteira através dos tempos batendo recordes de público no Alto da Glória, na Vila Capanema, no Pinheirão, no Boqueirão e no Ecoestádio. Só não podia comprovar a força da sua torcida no próprio reduto, o que só aconteceu com a inauguração da Arena da Baixada e, pouco mais à frente, da extravagante Arena da Copa com teto retrátil para que ninguém pegue gripe em dia de chuva.
Da pequena antiga Baixada, sem banheiros e sem conforto, até a moderna e sofisticada Baixada que servirá de palco para shows internacionais, a única coisa que não mudou foi a paixão dos atleticanos pelo time. E essa paixão incontida estará de volta ao estádio Couto Pereira, alugado para o jogo com o Grêmio.
A lenda do clube sem teto para grandes espetáculos reduziu-se a uma lenda mesmo.
O Atlético cresceu demais nos últimos anos e agora só falta um time a altura da sua grandeza e das expectativas da fiel torcida.
Atletiba
Moderninho nos fundamentos do futebol e nos terninhos que veste, Milton Mendes ainda não se convenceu de que o Atlético possui um time competitivo, mas um elenco medíocre. Ou seja: se mantivesse a escalação principal sem ‘invencionices’ a campanha poderia ser bem melhor, pois o rodízio só é aconselhável quando o treinador dispõe de um grupo com 25 jogadores do mesmo nível o que, definitivamente, não é o caso do Furacão. Assim como de todas as equipes do atual futebol brasileiro com uma das gerações tecnicamente mais fracas de todos os tempos.
Essas duas partidas no Alto da Glória definirão o futuro da equipe no campeonato.
Amanhã, no Mané Garrincha, o Coritiba tentará surpreender o Flamengo. Tarefa difícil. Primeiro, porque os cariocas se sentem em casa quando jogam em Brasília; segundo, porque vivem o melhor momento técnico dos últimos anos e apostam tudo na vaga da Libertadores.
Ney Franco lamenta a carência do elenco, mas continua tentando motivá-lo para melhorar.
Resta ao Coxa muita disciplina tática, segurança defensiva e a consciência de que cada pontinho vale ouro até o último momento da luta contra o rebaixamento.
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