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Para alguns a intervenção do técnico durante uma partida é reduzida, no má­­­­ximo 30% de importância; para outros, sem um técnico competente, uma equipe dificilmente chega à conquista do título.

Tema polêmico, especialmen­­te depois que os treinadores de futebol transformaram-se em astros de primeira grandeza, com salários estratosféricos e po­­se idem.

Antigamente não se dava tanta importância ao personagem que se constituía mais em um or­­ganizador que distribuía os jo­­ga­­dores em campo.

No treino coletivo das terças-feiras, o treinador fazia as suas experiências e confirmava a es­­calação ao final do chamado trei­­no-apronto das quintas. Nem mes­­mo na seleção brasileira o técnico conseguia luzir mais do que os jogadores. A não ser Flávio Costa e Zezé Moreira, que, excessivamente disciplinadores, eram mais temidos pelos jogadores do que respeitados como estrategistas.

O Brasil foi bicampeão mundial e os louros foram colocados nas cabeças de Pelé, Garrincha, Didi e outros, diminuindo-se a participação dos técnicos Vi­­cen­­te Feola e Aymoré Moreira. Mais esperto, Zagallo tratou de es­­cre­­ver um livro contando co­­mo é que ele venceu o tricampeonato mundial, porém a torcida se lembra mais das jogadas de Pelé, Ger­­son, Rivelino, Tostão, Jair­­zinho e outros.

Na Copa de 94 não se pode dei­­xar de creditar a maior parte da vitória ao talento de Romário ou, em 2002, ao futebol de Ro­­nal­­­­do e Rivaldo.

Isso não quer dizer que esses craques ganharam sozinhos os títulos. Os treinadores tiveram a sua relevância como orientadores, psicólogos, incentivadores e, em última análise, definidores do sistema tático adotado. Mas os times eram fortes e os principais jogadores desequilibravam. Esses é que significam sempre 60 ou 70% da equipe.

Foi assim com Beckenbauer na Alemanha, Maradona na Ar­­gentina, Zidane na França e assim por diante. O técnico é um complemento importante, mas não a peça fundamental.

Fun­­damental são os bons jo­­ga­­dores e quanto mais craques uma equipe tiver, mais forte ela se torna.

Todo time vencedor e toda seleção campeã necessita contar com dois ou três fora de série que desequilibram as coisas em campo. A Espanha foi campeã mundial não pela inspiração do técnico Vicente Del Bosque, mas pela capacidade criativa de Xavi, Inies­­ta e Villa.

Os técnicos são mais importantes durante a semana do que na hora do jogo. Tanto que o Santos, por exemplo, contando com diversos bons jogadores tem alternado atuações positivas com negativas pela falta de organização já que cada craque deseja resolver tudo sozinho e futebol, como se sabe, é conjun­to.

No caso do Santos, a contratação de Muricy Ramalho é ne­­cessária para colocar ordem na casa, mas quando a bola rola são os jogadores que resolvem, dentro de um planejamento es­­tratégico criado pelo treinador. É a associação da teoria com a prática.

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