Há quase 90 anos nasceu na Inglaterra o sistema de jogo “WM” e se produziu a primeira grande revolução no futebol.
Até 1925, a regra 11, do offside, abrasileirado para impedimento, colocava o atacante adversário em posição irregular e os times atuavam com três zagueiros. Bastava que um dos defensores se adiantasse para criar o offside.
Foi uma tática defensiva muito divulgada entre os ingleses com o nome de one back game – apenas um beque.
Quando a Fifa decidiu que era hora de dar mais agilidade ao jogo e produziu em 1925 a revolução regulamentar de baixar para dois o número de defensores que habilitavam o atacante, se renovou a tática ofensiva de resultados espetaculares.
Herbert Chapman criou o novo esquema no Arsenal londrino. Posicionou o center half – o médio – para defender como um zagueiro e abriu os dois centrais criando o beque avança e o beque espera. A figura desenhada no campo era um “WM”, nome do sistema.
No futebol brasileiro, as novidades chegaram dez anos mais tarde com a visita de Chapman. Ele ensinou Ademar Pimenta, Flávio Costa e outros como armar os times.
Na Copa de 1938 a seleção chamou atenção pela primeira vez pela distribuição dos jogadores e, sobretudo, pelo surgimento do nosso primeiro jogador fora de série: Leônidas da Silva, o inventor da bicicleta.
A segunda revolução tática foi criação do Brasil na Copa de 1958 com o sistema 4-2-4.
Inventado pelo mineiro Martín Francisco, que criou o quarto zagueiro no Vasco – Orlando, para dar cobertura ao lateral esquerdo Coronel, que não conseguia marcar sozinho Garrincha, do Botafogo.
Foi adotado pelo paulista Vicente Feola com absoluto sucesso. O recuo de Zagalo para auxiliar o meio de campo criou a variação do esquema para 4-3-3.
O sucesso verde-amarelo garantiu a conquista de três Copas e consagrou Pelé como o maior jogador de todos os tempos.
A terceira e definitiva transformação aconteceu com os holandeses comandados pelo genial Johan Cruyff na Copa de 1974.
O denominado futebol total empolgou a todos e ninguém se conformou com a derrota da Laranja Mecânica na final com a Alemanha.
Rinus Mitchell engendrou a revolução laranja executada à perfeição por Cruyff, Suurbier, Krol, Van Hannegem, Neeskens, Rep e Resenbrink.
Futebol de sonho que o Barcelona tem executado com magia, desde que Johan Cruyff implantou a ideia como jogador e, depois, como treinador do clube catalão.
O mundo futebolístico chora a morte do genial holandês.
A evolução continua e os pensadores do futebol exercitam-se diariamente com novas ideias e concepções estratégicas que são colocadas em prática por times e seleções.
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