A seleção existe

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Com um calendário absurdo e um padrão de arbitragem medíocre, a CBF presta grande desserviço ao futebol brasileiro.

Como na cena política que, estarrecidos, assistimos, com cascatas de denúncias, na prática política do esporte mais popular do planeta não é diferente. Faz lembrar saco cheio de caranguejos: puxa um e vêm todos.

Caiu a cúpula da Fifa, de Joseph “Sepp” Blatter a Michel Platini, passando por Jérôme Valcke e alcançando todos os cartolas das confederações sul-americanas. Até agora, só Marco Polo del Nero, da CBF, continua livre, leve e solto. O ex-presidente José Maria Marin cumpre pena de prisão domiciliar em Nova York. Gente fina é outra coisa.

Mas os prejuízos continuam, tanto que a maioria dos clubes segue na penúria financeira e sobrevivendo graças ao leilão na venda dos direitos de transmissão dos jogos para as redes de televisão.

Do calendário pouco se fala assim como do empobrecido nível técnico dos nossos times.

O português Paulo Bento, contratado como novo treinador do Cruzeiro, desembarcou e logo criticou o excesso de jogos previstos na temporada. Ele está acostumado com a organização e a racionalidade do calendário no futebol europeu.

Não consigo entender a razão pela qual as coisas demoram a ser consertadas no Brasil. Tudo parece tão difícil, tão complicado, tão ideológico para não dizer tão idiota.

Só que a burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades.

A burrice, como dizia Nelson Rodrigues, é uma força da natureza. É eterna como a pedra da Gávea.

A ignorância quer aprender. A burrice acha que já sabe. A burrice, antes de tudo, é uma couraça usada pelos truculentos. Está aí o senador Romero Jucá para confirmar esta singela teoria.

Os falsos inteligentes se aproveitam da ignorância do povo brasileiro, planejada desde os tempos coloniais.

O atraso é cultivado pelos políticos como flores preciosas a cada nova eleição.

Os ignorantes são humildes, inseguros e obedecem as ordens dos mais influentes. Os grandes burros têm uma confiança em si que choca quando descobertos.

A ignorância é muito lucrativa para os burros poderosos. Os burros são confiantes em si mesmos e têm a ousadia que os inteligentes não possuem.

Por falar em burrice, existe coisa mais esquisita do que a atual seleção brasileira?

Parece que ela derreteu depois dos 7 a 1 da Alemanha. Ninguém dá confiança, ninguém se interessa pelo time de Dunga.

Mas ela existe e vai jogar uma partida amistosa neste domingo (29), se não me engano com o Panamá, antes de estrear na Copa América a ser disputada nos Estados Unidos.

Bom final de semana a todos.