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Quando alguma coisa precisa ser defendida é porque não é boa.

É assim que vejo os campeonatos estaduais nos últimos anos.

Antigamente, eles não precisavam ser defendidos, pois eram uma realidade, atraentes e que conseguiam mexer, verdadeiramente, com o torcedor.

Todos os recordes de público no Maracanã, no Morumbi, no Pacaembu ou no Alto da Glória foram registrados em partidas válidas pelos estaduais. Ou alguém duvida da capacidade de mobilização da dupla Atletiba, por exemplo, que nos três jogos decisivos de 1978 cravou 55 mil pagantes por jogo, arrastando 165 mil pessoas durante uma semana para ver futebol?

Nunca mais isso se repetirá, mesmo porque os estádios diminuíram de tamanho e o conforto de assistir aos jogos pela televisão tornou-se atraente.

Por mais que cariocas e paulistas defendam a realização de seus campeonatos domésticos, recorrendo a antigas rivalidades e marcas históricas que precisam ser preservadas, a dura realidade é que os estaduais estão com os seus dias contados. Estão numa espécie de sobrevida, até que a CBF resolva, de uma vez por todas, adotar o calendário do futebol nacional correspondente ao calendário do futebol europeu como, aliás, já praticam os argentinos.

Mas já que eles insistem em sobreviver, os estaduais estão aí mesmo e o jeito é falar deles.

Por aqui, um tanto esvaziado pela ausência de craques, de ídolos e, agora, também de artilheiros.

O Campeonato Paranaense tem se movimentado em cenários simplórios e repetidos.

Possui história recente muito surrada, embora passada a ferro. Os times tentam apresentar-se da melhor maneira possível, mas a disputa tem sido tão fraca que não serve nem mesmo como preparatória para os desafios nacionais. Tanto é verdade que, invariavelmente, as nossas principais equipes fracassam na Copa do Brasil e disputam o Brasileiro com a principal preocupação de não serem rebaixados de divisão.

A meu ver, os campeonatos estaduais deviam representar uma festa do interior, com direito a vagas na Copa do Brasil e na Terceira Divisão nacional. Os grandes, que disputam a Primeira e a Segunda divisões, ficariam concentrados nas competições nacionais e, eventualmente, internacionais.

Tornar-se campeão estadual é espetacular para um time do interior, enquanto que para um time da capital não passa de mera rotina.

De qualquer forma, como as regras estão escritas e a bola começou a rolar, aumenta o grau de responsabilidade do trio Atlético, Coritiba e Paraná, candidatos naturais ao título. O Coxa está turbinado pelo fato de festejar o centenário e deseja o título de campeão para ornamentar a sua rica galeria de troféus.

Atlético e Paraná sonham em estragar a festa coxa-branca.

Parece que não é nada, mas este aditivo pode aquecer o campeonato e motivar os times a uma disputa mais intensa pelo título da temporada.

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