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Notícia sobre “recordes nos valores de transferências” surgem com a temporada, ano após ano, e com tranquilizadora previsibilidade, assim que os campeonatos europeus são decididos no final de maio. Mas a regra foi quebrada nos últimos meses com a entrada da China no mercado futebolístico internacional.

Além de comprar (sim a palavra que se deve usar é comprar) a Segunda Liga de Portugal com cláusulas que preveem a presença de pelo menos um profissional chinês na comissão técnica e de um jogador em todos os times da Série B dos gajos, eles saíram às compras em outros países. Além dE metade do Corinthians, os clubes chineses levaram Ramires, Geuvânio, Alex Teixeira e Elkson, entre outros. O colombiano Jackson Martinez estava no Atlético de Madrid só seis meses e o Guangzhou Evergrande o levou por US$ 42 milhões.

Com os jogadores medianos financeiramente supervalorizados não fica difícil imaginar o valor de supercraques, como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo e outros poucos no topo do mundo da bola.

Pano rápido no cenário. Abrem-se novas cortinas no futebol brasileiro, cujos clubes sempre tiveram o futuro estimado principalmente em função dos jogadores que eles podiam negociar – e só depois em função dos jogadores que podiam colocar em campo. Uma maioria impressionante de torcedores admira essas práticas, seus atores e as quantias financeiras não raro gigantescas envolvidas, imaginando que toda a grana entra diretamente no caixa do seu time de estimação.

Mas não é bem assim. Existem tantos intermediários, agentes, grupos de investimentos, enfim, basta ter paciência para acompanhar o caso, agora policial, da venda de Neymar do Santos para o Barcelona. Se descobrirá quanta nebulosidade paira sobre os negócios do futebol.

Felizmente abriu-se uma nova porta para o futebol brasileiro, que agora se tornou refém das redes de televisão.

O ingresso do canal fechado Esporte Interativo, ligado ao poderoso grupo americano Turner, mexeu com a cabeça dos cartolas.

Enquanto a CBF começa a perder um patrocinador atrás do outro por causa dos escândalos em que seus dirigentes se envolveram, a Primeira Liga ganha fôlego com a realização de seu torneio e, após obter aval da acuada entidade nacional, tem boas perspectivas de fechar contratos que a fortaleçam.

E, como noticiei há dois meses, ganha corpo a criação da Liga dos Campeões da América, inspirada na Champions League, envolvendo clubes do Canadá ao Uruguai. Só que, na cortina que se abre, o futebol brasileiro necessita melhorar o padrão técnico de seus times.

Um dos pontos do contrato oferecido pelo Esporte Interativo trata da premiação e consequente maior exposição das marcas dos times que se destacarem no Brasileiro. Ou seja, sem bons jogadores e rendimentos satisfatórios nas competições, os clubes que não se fortalecerem tecnicamente ficarão fora da festa.

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