Os arrastados e melancólicos turnos do Estadual se encerraram e com eles chegou ao fim o recreio dos principais times que, a partir de agora, começam a encarar uma nova realidade. Os primeiros quatro meses do ano serviram para os dirigentes promoverem avaliações sobre os profissionais contratados e os técnicos definirem as formações das equipes que responderão pelos triunfos e fracassos até o fim da temporada.
O Paraná iniciou, ontem, o seu caminho de volta à Primeira Divisão paranaense enquanto a dupla Atletiba se prepara para iniciar a decisão do título. Antes, porém, Atlético e Coritiba terão jogos pela Copa do Brasil e o obstáculo do Furacão é bem maior do que o enfrentado pelo Coxa. De saída, o Coritiba aplicou uma goleada no Paysandu e praticamente assegurou a sua classificação. A situação tornou-se tão cômoda que ninguém lamenta a ausência de Rafinha, amanhã, em Belém. Antes, pelo contrário, o técnico Marcelo Oliveira faz questão de preservar o seu principal jogador para o Atletiba da Vila Capanema. Com a base formada há alguns anos, equilibrado como time de competição e sem invenções, o Coritiba está pronto para os desafios do torneio nacional e para lutar pelo tri estadual.
O panorama no Atlético é diferente, muito mais complexo e sem roteiro definido. Depois da queda no Brasileiro, a nova diretoria e o novo comando tiveram de realizar profundo trabalho de recuperação moral antes da parte tática e técnica. Com altos e baixos, o time respondeu, tanto que se sagrou-se campeão do turno.
Eficiente em alguns quesitos que devolveram um pouco de organização estratégica e aguerrimento do time, o técnico Juan Carrasco mostrou-se temerário em outros aspectos. Muito senhor de si e prestigiado por uma diretoria autoritária, ele ignorou o longo sofrimento do torcedor pelos recentes insucessos acumulados, e até agora não conseguiu definir a formação principal. Em vez de aproveitar o jogo com o Paranavaí para entrosar o time titular, continuou realizando prospecções. Agora acabou o tempo para novas experiências.
O Cruzeiro, logo mais, e o Coritiba, domingo, apresentam-se como testes definitivos para o "novo" Furacão. A minha curiosidade e, acredito, seja de todos que acompanham os nossos times, é saber a escalação do Atlético para hoje. Dependendo da escalação poderemos fazer um estudo do que pretende o treinador uruguaio.
No último clássico, quando foi inexoravelmente goleado, o técnico atleticano ficou no meio do caminho, pois enfraqueceu o sistema defensivo com a escalação de apenas um volante e perdeu consistência na meia-cancha com as ausências de Zezinho e Ligüera. Mesmo sem muito brilho, o Coritiba teve apenas o trabalho de tirar proveito dos erros apresentados pelo confuso adversário.
O Cruzeiro tem a mesma curiosidade e também deseja saber o que se passa pela cabeça do senhor Juan Carrasco.