Ao ameaçar proibir a paradinha na cobrança de pênalti, o presidente da Fifa acendeu acaloradas discussões pelo mundo afora. Os defensores da proibição alegam que a paradinha desmoraliza os goleiros e os fãs da paradinha dizem que o goleiro não tem de reclamar porque não se deve dar vantagem ao time infrator.
Pensando bem, a paradinha é o castigo com requintes de perversidade imposto ao time que cometeu a infração. O nome já diz tudo: penalidade máxima.
Mas a Fifa é poderosa, pois reúne cerca de 200 países e colônias. Nas leis do futebol, entretanto, ela encontra resistência no conservadorismo britânico para alterar de modo mais profundo as regras do jogo.
O futebol, de origem discutida e, como quase tudo o que existe, uma invenção chinesa, foi regulamentado na Inglaterra no ano da graça de 1863. Naquela época, ainda não existia goleiro nem juiz, mas as regras sofreram mudanças mesmo após a criação da Fifa, por sete países, em 1904.
A última grande reforma aconteceu em 25 de julho de 1990, quando a International Board autorizou a mudança no impedimento.
Felizmente, acabou-se a confusão que destruiu jogos, campeonatos, reputações e carregou tantos árbitros e tantos bandeirinhas à execração.
A partir daquela data ficou determinado que não estará mais em situação de "off-side" a expressão inglesa que significa impedimento o jogador colocado na mesma linha do penúltimo defensor do time adversário.
A reunião dos membros do poderoso organismo que administra e reformula as regras do jogo mais popular do planeta aconteceu num dos salões de conferências do suntuoso hotel Cavalieri Hilton, em Roma, cujos banheiros tive o privilégio de usar no meio de uma daquelas caminhadas que assinalam a trajetória dos turistas.
Ninguém imaginava que a International Board, habitualmente vetusta e conservadora, fosse capaz de uma modificação tão crucial, importante e, afinal de contas, modernizadora nas regras do velho e rude esporte bretão.
As duvidas do impedimento diminuíram bastante, mas persistem.
Em parte elas resistem graças a desatenção dos auxiliares de linha e também pela velocidade do jogo. Só mesmo com o olho eletrônico da televisão é que se pode ver se o jogador esta ou não em posição irregular. Crucificam-se os apitadores e os bandeirinhas depois do replay, mas isso chega a ser covardia dos comentaristas de arbitragem, via de regra ex-juízes que erraram tanto quanto os atuais.
Voltemos à paradinha. Temo pelo fim da paradinha porque mais à frente alguém vai reclamar do drible, da meia-lua, do chapéu ou de outra jogada que possa ridicularizar o jogador adversário.
Aí será o fim do futebol, que, como jogo, ultimamente ficou muito chato com os rigores dos sistemas de marcação e perderá toda a graça com proibições que objetivam torná-lo cada vez mais politicamente correto.
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