Se a virada sobre a Croácia, mesmo com futebol modesto, incentivou muita gente a acreditar que a seleção encontraria o caminho certo, o empate sem gols frente ao México mostrou que antigas deficiências podem atrapalhar o sonho do hexa.
Houve rigoroso equilíbrio na partida de ontem, com um primeiro tempo tecnicamente sofrível e alternância na etapa complementar, quando os mexicanos apresentaram maior volume de jogo. Até que o treinador substituiu o lento Fred pelo ágil Jô e os brasileiros readquiriram o espírito de luta, pressionando na tentativa de chegar ao gol, mas esbarrando na perícia e na sorte do goleiro Ochoa.
Felipão tem procurado ser coerente com os jogadores que elegeu como titulares, entretanto Paulinho e Fred ainda não conseguiram mostrar qualidade técnica à altura das necessidades do time. Para agravar o problema, Oscar voltou a jogar mal e Ramires, que substituiu Hulk, não deu a resposta esperada e muito menos o lépido Bernard, que o sucedeu.
Deu para sentir que há algo de preocupante no ar, pois embora cada eixo aparentemente gire nos seus gonzos e a marcha das coisas siga o roteiro previsível, algumas peças não se encaixam, sobretudo no meio de campo, e a seleção encontra grandes dificuldades para deslanchar como esperava a torcida no Castelão e em todo o país.
Não se pode esperar muito de um setor com Paulinho errando praticamente todos os passes e Oscar sem conseguir encontrar-se em campo. Felipão demorou para colocar Willian em uma partida que pelas circunstâncias poderia ter lançado mais um armador Fernandinho ou Hernanes do que dois atacantes como procedeu.
Cedendo espaços no meio de campo, a seleção permitiu que o México tomasse conta do setor e pressionasse a sua última linha ao ponto de Thiago Silva receber cartão amarelo e Júlio César ser exigido mais do que se prognosticava para esse confronto diante de um adversário apenas de porte médio.
Alemanha, Holanda, Itália e Argentina, por exemplo, mostraram nos seus triunfos elaborados conjuntos e poder de definição. Agora será preciso garantir a classificação na última partida do grupo e tentar melhorar muito para a fase de mata-mata.
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