Para muitos psicólogos e sociólogos o futebol é uma síntese dramática da vida.
O torcedor se transforma quando entra no estádio e, principalmente, quando veste a camisa do seu time. Por que tanta esperança e desespero? Aí é que se iniciam os estudos em torno da alma do torcedor. Mistérios insondáveis cercam a alma humana, mas nada mais transparente do que a alma de um torcedor de time de futebol.
Ele é pura emoção, transparente como o vidro e com a sensibilidade à flor da pele, sempre pronto para vibrar e chorar com todas as jogadas em campo. Mesmo os mais contidos, dependendo das circunstâncias da partida, aproximam-se do fanático, daquele aficionado escrachado que chora e ri nas derrotas e nas vitórias, nos clássicos e nas peladas.
Como na vida, a bola deixa todos, os que estão dentro e os que estão fora do gramado, nas mãos do acaso. Ou na precária justiça dos homens, dependendo da marcação do bandeirinha ou da interpretação do árbitro.
O juiz pode errar que fica por isso mesmo. No máximo, ele é afastado da escala por algumas rodadas. O jogador, ao contrário, se reclamar da falha do apitador recebe o cartão, que pode ser amarelo ou vermelho, dependendo do grau de excitação no momento do lance. E ainda é julgado pelos tribunais esportivos, via de regra mais parecidos com tribunais de opereta, onde impera a paixão clubística dos julgadores.
O êxtase vem com o gol, o drama com a perda do gol certo. E o jogador que perde um pênalti leva tempo para ser perdoado pelo tribunal das arquibancadas.
Pênalti não é coisa que se perca, dizem os filósofos da bola. Outros, mais contundentes, afirmam que o pênalti é uma coisa tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube. Neném Prancha, o velho frasista botafoguense do Posto 4 da praia de Copacabana, sentenciou que "pênalti é tão fácil que devia ser batido pelo presidente".
Para um jogador frio e experiente como Paulo Baier qualquer fundamento se torna fácil. Quase brincadeira de criança. Domingo, no show do Atlético sobre o Paraná, o meia marcou gols de todos os modelitos: de falta, de pênalti e com a bola rolando. Titio Paulo Baier extrapolou.
Já o uruguaio Loco Abreu levou a torcida do Botafogo à loucura com o pênalti desperdiçado na cavadinha que não deu certo. O goleiro do Fluminense ficou parado no centro da meta e só teve o trabalho de agarrar a bola que lhe foi passada pelo atacante. Aliás, se em vez de tentar adivinhar o canto os goleiros ficassem estáticos, teriam maiores possibilidades de defender penalidades máximas.
A responsabilidade da cobrança é toda do atacante, bastando ao goleiro uma pequena possibilidade de fazer a defesa.
Depois do gol, do drible seco, do chapéu e da bicicleta, a jogada que o torcedor mais aprecia é a cavadinha.
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