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Dois dos mais recentes deuses dos estádios de futebol estão em apuros.

Romário, nem tanto, mas já começou a chamar atenção o fato de ele ter reservado a boate para a festa, levado os pais, Moniquinha, Romarinho e outros filhos para o Maracanã e o milésimo gol não sai.

Após a eliminação para o Gama, a torcida do Vasco não se conteve e passou a gritar o nome de Edmundo, conhecido desafeto de Romário.

O craque continua tranqüilo, pois sabe que um dia o gol mil vai sair.

Com Maradona as coisas são mais complicadas, pois ele se encontra em um sanatório de Buenos Aires, segundo os médicos com hepatite de origem tóxica.

Semanas antes de ser internado, Maradona fez algumas abordagens sobre o futebol atual. Não chegou ao extremo de execrar o futebol que se joga hoje, mas lastimou que a tática tenha prevalência sobre a técnica dos jogadores.

Lamentou que a tática, a condição física e a filosofia defensiva mereçam mais atenção dos senhores treinadores do que a técnica e o futebol ofensivo. Citou como maior exemplo a final da última Copa do Mundo quando França e Itália arrastaram-se em campo e só conseguiram decidir o título nos pênaltis.

Para o astro argentino, não há dúvida de que a tática é importante, mas não deve prevalecer sobre a técnica do jogador. A tática deve estar a serviço da técnica, e não a técnica a serviço da tática, como se vê hoje.

Maradona acha que o futebol não tem o mesmo nível técnico de duas ou três décadas atrás e atribui essa queda ao fato de não haver mais espaços nas ruas, nas cidades, para que os meninos joguem bola com liberdade, sem intervenção de terceiros.

Aliás, sobre esse tema, outros luminares do futebol, entre eles Beckenbauer, Cruyff e Platini, como também os brasileiros Pelé, Zico e Romário já levantaram suas vozes para criticar o advento das escolinhas oficiais como único veículo de aprendizado do aspirante a jogador de futebol.

As escolinhas, como o nome está dizendo, pressupõem a existência de professores e foram esses professores de futebol, por mais paradoxal que pareça, que quebraram o relacionamento natural do menino com a bola.

Interromperam o desenvolvimento dos jogadores para impor o seu credo: tática, preparação física, competição, desde a adolescência.

Os técnicos dos times profissionais souberam criar e manter seu espaço na imprensa, a ponto de sua vaidade não admitir que um jogador habilidoso seja mais estrela do que eles.

Por isso é que somos obrigados a ver barbaridades como, por exemplo, Ronaldinho Gaúcho ser submetido ao esquema de jogo de Parreira ou ele ficar no banco de reservas na seleção de Dunga.

Os técnicos tornaram o futebol uma coisa chata, amarrado pela excessiva marcação e ocupação dos espaços, de poucos gols e raras vezes prendendo o telespectador durante os 90 minutos. Ainda bem que inventaram o controle remoto para trocar de canal sem levantar da poltrona.

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