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O Brasil é um país que, lamentável e tristemente, teima em andar a reboque do chamado Primeiro Mundo. Em praticamente todas as atividades demonstramos atraso ou incompetência para atender as necessidades da população. E as coisas boas, quando chegam, vêm com atraso. Para não ficar apenas com temas maçantes e de alta indagação, recordemos do processo da liberação sexual das mulheres. Parecia que não ia desembarcar nunca.

Desde a Grande Guerra – a primeira –, o movimento feminino mundial ganhou expressão inicialmente com a exigência do direito ao voto e, sobretudo, ao trabalho nas mesmas condições do homem. A revolução de modos e costumes começou ali, no que ficou conhecido como os Loucos anos 20. A tensão da Segunda Guerra Mundial liberou de vez a juventude dos países envolvidos no conflito e os filmes em torno da “blitz” de Londres e que se reportam a época mostram o quanto mudou o comportamento das pessoas.

Mas, por aqui, só na metade dos anos 1960 foi que a coisa engrenou e Curitiba, historicamente, transformou-se com o surgimento de diversos motéis na estrada do aeroporto, na saída para Paranaguá e na Rodovia dos Minérios. Antes tarde do que nunca.

Agora é o futebol, mesmo com tremendo atraso, começa a se movimentar para a criação das Ligas.

Descontentes com o serviço prestado pela CBF e, principalmente, pelas federações, clubes importantes do Rio de Janeiro e do Paraná começam a estudar a implantação das ligas profissionais, desligadas do futebol amador e sem o ranço político que caracteriza as entidades controladoras dos times.

Há muita insatisfação entre clubes populares do futebol carioca e paranaense com o formato dos campeonatos estaduais que não atraem mais o grande público, com os prejuízos financeiros acumulados e com o baixo padrão das arbitragens.

A Medida Provisória 671 do governo federal, que trata da criação do Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut ), obriga os clubes que aderirem ao refinanciamento a participar de competições organizadas por entidades que respeitem os termos do programa. Ou seja, caso as entidades de administração do futebol não queiram – como não querem – mudar seus estatutos, especialmente no quesito da limitação do mandato, os clubes terão de procurar outra liga que esteja disposta a seguir os termos impostos pelo programa.

Há, portanto, pressão para que as federações e a CBF acatem a proposta, sob risco de não poderem contar com os grandes clubes brasileiros.

Mas os dirigentes dos principais clubes ainda não formaram consenso em torno da criação das ligas. Até pelo contrário, há resistência por parte dos paulistas, que comem nas mãos do presidente Marco Polo Del Nero, e de dinossauros tipo Eurico Miranda, com sobrevida na presidência do Vasco.

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