Coritiba e Ipatinga realizaram movimentado encontro durante o qual houve rigoroso equilíbrio, sendo melhor o time mineiro na etapa inicial e com maior volume de jogo o representante paranaense na fase complementar.

CARREGANDO :)

Quando a partida se encaminhava para o final houve o lance decisivo da noite: Ricardinho invadiu a área e sofreu pênalti a favor do Coxa. O veterano Anderson Lima foi para a cobrança e deu pequeno show de nervosismo e deficiência nos chutes, salvando-se graças ao rigor do bandeirinha, que viu o goleiro do Ipatinga adiantar-se – coisa que todo goleiro do mundo faz em penalidades máximas – e mandou repetir quatro vezes. Na quarta tentativa, trocando de canto, Anderson Lima acertou e assegurou o triunfo do Coritiba que disparou na liderança do campeonato.

Driblar é preciso

Publicidade

Marta e Cristiane deram um show de bola e desmontaram o esquema de jogo das americanas na goleada que classificou a seleção brasileira, pela primeira vez, as finais do Mundial de futebol feminino.

Pelos padrões atuais do futebol masculino praticado no Brasil os dribles das craques brasileiras seriam considerados ofensivos ou, pelo menos, provocativos. Foi essa a impressão que ficou depois daquela entrada de Coelho sobre Kerlon, do Cruzeiro. Ao fazer o malabarismo da foquinha, o atacante cruzeirense foi abalroado pelo contrariado becão do Galo mineiro.

A maioria sempre admirou e aplaudiu os jogadores criativos e ousados, autores de jogadas geniais. Até mesmo alguns zagueiros com largos recursos técnicos, como Djalma Santos, Nilton Santos, Mauro, Djalma Dias, Roberto Dias e o sumo sacerdote da categoria, Franz Beckenbauer, arrancaram suspiros e aplausos das platéias encantadas com suas atuações.

É preciso compreender que existe respeitável distância entre o jogador inventivo e o provocador. Tivemos no futebol paranaense exemplo clássico de jogador que foi inventivo e instigador ao mesmo tempo: Miltinho, meia atacante do Coritiba na década de 50.

Ele foi hábil driblador, exímio assistente que se caracterizou pela excelência no cruzamento a meia distância levantando a bola sobre a área até a cabeça dos avantes grandalhões Toni, William, Almir Manzocki, Duílio, Ivo, Oda e que, invariavelmente, ia para o fundo das redes adversárias.

Publicidade

Só que Miltinho era irrequieto e gostava de aplicar um drible a mais para desmoralizar o adversário. As vezes sentava na bola ou, como aconteceu certa feita em jogo amistoso contra o Flamengo, atirou areia nos olhos do goleiro.

Miltinho foi um craque provocador que instigava o adversário até fazê-lo perder a cabeça e ser expulso.

Não é o caso de Kerlon, um jovem com habilidades especiais que tentou uma jogada sensacional para quebrar a monotonia e a mediocridade geral que predomina neste Campeonato Brasileiro.