| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Não por acaso o futebol é uma metáfora de guerra. Luta, garra, defesa, ataque – quando puder, como foi o caso do Atlético sábado (26) –, a pátria afia as suas chuteiras, no caso a pátria rubro-negra da Baixada. Em frenesi ensurdecedor, os narradores paulistas e cariocas, se esquecendo de que transmitem para redes nacionais, vestem as camisas dos times locais e com inconfundíveis sotaques – os cariocas exagerando nos esses e erres e os paulistas com forte entonação italianada do Braz misturada com pitada caipira do interior.

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E ainda vem aquele presunçoso advogado paulista do Lula e diz que a moderna e limpa Curitiba é a “região agrícola do país”. Os sons açularam a testosterona dos jogadores atleticanos.

Deu no que deu. Zero a zero, com predomínio do Corinthians de Marlone, Cristian, Rodriguinho e outros forçando a barra, exercendo forte pressão e esbarrando na sólida retaguarda armada por Paulo Autuori.

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Sempre se disse que um bom time começa por um bom goleiro, no caso do Furacão, um grande goleiro: Weverton, o melhor desta temporada brasileira, não por acaso medalhista de ouro nas Olimpíadas.

Mas teve mais. Paulo André e Thiago Heleno, experientes e no auge da forma, esbanjaram talento, com Otávio compondo o trio maravilhoso Regina dos velhos jingles da Rádio Nacional: sabonete, talco e água de colônia.

Falando sério: com esse suado empate no Itaquera o Atlético continua só dependendo dele para ganhar a vaga na Libertadores. Basta vencer o Flamengo, domingo, na Arena da Baixada.

Jogo para casa cheia, animador da torcida afiado, caveira e tudo mais. O Furacão está quase lá de novo.

Libertadores sem “La calavera” não dá.

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Campeão

Parece incrível que o time com maior número de títulos nacionais tenha esperado 22 anos para se tornar campeão outra vez.

Esta é a trajetória do Palmeiras, celebrado pelas “academias” nas décadas de 60 e 70, pelo projeto Parmalat nos anos 90 e que foi vítima da cruel disputa política que consegue destruir sonhos e realizações tanto de clubes como de países.

Com um presidente ousado – Paulo Nobre – o Palmeiras conseguiu construir a sua arena ao mesmo tempo em que conquistou títulos importantes culminando com o Brasileiro.

Vitória pessoal e profissional do paranaense Cuca, que de Santa Felicidade projetou-se no cenário futebolístico como um técnico altamente qualificado.

O gesto de recolocar o veterano Fernando Prass na meta palmeirense nos instantes finais do jogo do título foi uma atitude humana e de quem tem o elenco sob controle. O goleiro foi peça importante na construção do título, tanto fora como dentro do campo.

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