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Chegamos à partida final com um Atletiba atípico, no qual o Coritiba embarca duas vantagens que podem fazer a diferença: joga em casa e pelo empate.

As coisas se inverteram quando Geraldo aproveitou-se da falha do sistema defensivo atleticano e empatou o clássico disputado no Boqueirão. Pelo regulamento, a igualdade no placar favorecerá o time que somou maior número de pontos na soma geral dos turnos.

Mas a atipicidade do Atletiba está caracterizada no fato de a diretoria do Atlético ter cumprido o que prometeu no encerramento do campeonato passado, quando se sentiu prejudicada por erros da arbitragem nos dois clássicos que decidiram o título a favor do Coxa.

Além de ter mandado colocar em campo uma equipe de jovens, também não aceitou renovar o contrato com a RPCTV para a transmissão dos seus jogos – coisa que só veio acontecer na fase decisiva, estendendo-se para as duas próximas temporadas – e fechou os profissionais no CT do Caju, sem licença para entrevistas, a não ser para a rádio oficial recentemente criada.

Chama atenção a radicalização no futebol assumida pelos atuais dirigentes atleticanos, que não se preocuparam com os sentimentos do torcedor, que, em última análise, mantem o amor e a fidelidade ao clube porque sonha em festejar as vitórias e comemorar os títulos de campeão. Tanto é verdade que bastou o time sub-23 melhorar no returno, bater o tradicional adversário, quebrando longo tabu no estadual, e credenciar-se ao título, para a torcida rubro-negra estufar o peito e apostar nos garotos, mesmo reconhecendo todas as dificuldades no confronto de logo mais no Alto da Glória.

Também chamou atenção o fato de que, no mesmo período, a diretoria tenha mostrado um show de competência gerencial tanto na captação de recursos para a construção da Arena da Copa, quanto na administração das obras e, sobretudo, no salto dado no ranking econômico dos principais clubes brasileiros.

Do outro lado, a diretoria do Coritiba luta bravamente em várias frentes: debelar as chamas do passivo de uma enorme herança maldita, gerar novos recursos, encontrar uma solução para o antigo estádio e manter acesa a chama da esperança do torcedor em torno do time.

Trata-se do famoso "matar um leão por dia" para sobreviver e, mesmo sem grande brilho técnico, o Coxa está muito próximo do segundo tetracampeonato da história, repetindo o feito de 39 anos atrás. Meu Deus! Parece que foi ontem que transmiti a partida final na noite em que Antoninho marcou o gol da vitória sobre o Pinheiros sem necessidade de alguma decisão extra.

Recordo que, dois dias antes do título, reuni o técnico Armando Renganeschi para um almoço-entrevista com a equipe da Rádio Universo, do qual participaram Aloar Ribeiro, Raul Mazza, Vinicius Coelho e Gilberto Fontoura.

Bom Atletiba e que vença o melhor.

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