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Se aos poucos a disputa pelo título vai se tornando exclusividade de Grêmio e Palmeiras, repetindo os campeonatos anteriores na fórmula de pontos corridos, que resumiram a dois os candidatos reais à conquista, a corrida contra o rebaixamento promete muitas emoções.

Alguém já disse que a zona de rebaixamento é uma casa com quatro quartos, a qual até algumas rodadas atrás apenas o Ipatinga alugara para morar durante um ano.

O Santos mantêm conversa com o corretor há tempos, assim como a Portuguesa e o Náutico. Fluminense, Atlético-MG e Goiás entraram e saíram, da mesma forma que Vasco e Figueirense não se sentem muito confortáveis quando passam em frente da casa fantasma. E o nosso Atlético já está freqüentando o jardim da mansão das almas penadas.

Pagando o preço de impressionante e repetitiva incapacidade para a formação de um time competitivo – que vem decepcionando a torcida nos últimos três anos e sempre flertando com o fantasma do rebaixamento – e da excessiva troca de técnicos, o Furacão terá novo desafio, hoje, com o Goiás. Viajou repleto de dúvidas.

Um dos dramas tem sido a lentidão da meia-cancha, onde pontificam os gringos Ferreira e Julio dos Santos. O primeiro parece ter esquecido o futebol na Arábia e, o segundo, joga no ritmo dos antigos discos 33 rotações, quando o futebol é disputado em 78 rotações.

Sem esquecer do esfacelamento da defesa, é claro.

Diferença de caráter

Enquanto Keirrison não se deixa levar por propostas milionárias e garante permanência no Coritiba até o fim do campeonato, Robinho desrespeitou o contrato com o Real Madrid e forçou a saída para o Manchester City.

Não era bem o que ele desejava, já que o Chelsea chegou a colocar camisas do jogador à venda.

Da mesma forma que não mostrou firmeza de caráter ao trocar o Santos pelo Real Madrid, Robinho saiu do clube espanhol pela porta dos fundos.

Keirrison, ao contrário, deseja cumprir o contrato e sair do Alto da Glória com a cabeça erguida, agradecido ao clube que lhe abriu as portas para o estrelato.

Idolatria e frango

Com apenas 19 anos e produto da mesma linha de montagem que produziu Paulo Miranda, Ricardinho e Thiago Neves, entre outros, Éverton deixou o Paraná e já se transformou em ídolo no Flamengo.

Bastou uma partida, na qual foi eleito o craque da rodada, para Éverton conquistar a confiança da maior torcida do país no jogo em que outro paranaense, Kléberson, marcou o gol do empate rubro-negro no Fla-Flu.

Por outro lado, revelando pouca humildade para reconhecer suas falhas, o goleiro Bruno criou a figura do frango indefensável para justificar o segundo gol do Fluminense. Na verdade, ele sofreu dois gols com chutes do "meio da rua". Ou seja, de longa distância.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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