Quando comecei a frequentar estádios de futebol na metade dos anos 1950 e, a partir da década seguinte como repórter, ouvia uma frase que os dirigentes do Atlético soltavam de vez em quando: “O Atlético não é maior e nem menor, é apenas diferente”.

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Não era à toa que o clube adotara como símbolo a figura do “Cartola”. Era o clube da elite curitibana, das famílias tradicionais, com influência política, mas que através dos tempos foi se tornando o time do povão.

Tudo por causa da paixão exacerbada da maioria dos seus torcedores. Era o tempo dos desfiles com elefantes, da bandinha de Antonina executando o hino rubro-negro em torno do campo durante os jogos, dos tipos folclóricos na plateia, da curva da laranja na velha Baixada e outras manifestações de puro fanatismo.

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Tudo emoldurado pelas dificuldades de o clube enfrentar a concorrência com o bem organizado Coritiba e o então poderoso Ferroviário.

Com o passar do tempo e a chegada de dirigentes com outro perfil foi encurtando a distância entre os principais concorrentes até que, nos últimos 20 anos, assumiu a dianteira em todas as frentes.

O encantamento lúdico da Libertadores da América mexe com o sentimento dos torcedores e provoca o orgulho de o Furacão ter virado frequentador da maior competição continental.

À partir de hoje ele se insere novamente nos confrontos internacionais e o primeiro adversário é um dos mais famosos times da Colômbia.

O Millonarios tem história e conta com uma equipe forte, aumentando o grau de dificuldade de “El Paranaense” na fase de qualificação do torneio.

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Atropelado pelo calendário esdrúxulo da Conmebol e da CBF, com pouco tempo de preparação e ainda sem ter estreado alguns jogadores, o Atlético assume a responsabilidade da superação.

Experiente, Paulo Autuori estudou o elenco, indicou a contratação dos reforços no tamanho do bolso do clube, que se mantém corretamente conservador nos investimentos e aposta na juventude que entrará em campo.

Weverton é uma garantia na meta junto à segura dupla central de zaga; Jonathan mostrou qualidade na ala direita enquanto o treinador ainda testa o lado esquerdo da defesa com Sidcley e Nicolas; Luiz Otávio surge como a grande novidade pelo estilo moderno de jogar de primeira e com muita personalidade; Lucho González e Carlos Alberto são tarimbados, mas precisam acompanhar o ritmo de jovens como Otávio, Rossetto, João Pedro e outros;

Felipe Gedoz é a melhor aposta da diretoria do meio para frente desenhando-se o ataque ideal com Nikão, Pablo e Grafite.

Hoje será mais uma noite memorável com a Baixada transformada em Caldeirão de energia e engenho.

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