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Portugal demorou para entrar no primeiro mundo, mesmo estando ao lado dele.

Foi preciso uma força monumental do Mercado Comum Europeu, que arrastou a dupla da Península Ibérica (Espanha e Portugal) para que as coisas melhorassem. E melhorou bastante.

Na entrada do terceiro milênio, o Brasil desejoso de ingressar no rol dos países desenvolvidos, ainda apresenta muitas estruturas de quinto mundo. São contrastes que precisam ser eliminados, para que o país possa realmente adquirir status de primeira classe perante o concerto das nações de primeira linha.

Claro que, com esse nacional-populismo que anda por aí vai ser difícil, mas não custa lembrar que dois dos setores da economia brasileira que mais empregam tecnologia de ponta e estão na vanguarda tecnológica, o do transporte aéreo e o da infra-estrutura aeroportuária, estão ainda vestindo roupagem mais apropriada a um baile dos anos 40, do que para uma festa de música newage dos nossos dias.

Vinculados ainda a um ministério militar, a aviação comercial e a rede aeroportuária do país vivem em um emaranhado de posturas e legislações anacrônicas e paralisadoras. Não é por acaso que acontece essa crise dos operadores de vôo, em indisfarçável embate entre civis e militares.

Por essa falta de modernidade, castiga-se a única e exclusiva vítima de todo o atraso: o usuário. Pagamos, cada um de nós, caríssimo por esse atraso.

Os únicos países do mundo inteiro que têm ainda a aviação civil vinculada a um ministério militar são o Brasil, o Paraguai e o Equador, o que revela claramente o grau de atraso que nos encontramos.

No futebol nosso de casa dia o atraso é igual ou maior.

Basta correr os olhos pelo noticiário internacional e observar os números que envolvem os contratos de televisão, patrocinadores, pacotes de ingressos, etc. entre empresas e clubes do futebol europeu. Em comparação com os números brasileiros chega a dar pena da nossa estagnação.

Por isso que não se consegue manter nenhum bom jogador que surge. Primeiro, pela fragilidade do real que só é moeda forte aqui dentro; segundo, pela falta de ordenamento moderno e profissional dos campeonatos.

Vou lhes dar apenas um exemplo: o Sporting, que é o terceiro clube português – atrás de Benfica e Porto, de cidades com menor população do que Curitiba, anunciou que vendeu 35 mil carnês para os jogos desta temporada. Ou seja, o publico mínimo das suas partidas será de 35 mil pagantes, número inimaginável para qualquer clube do atual futebol brasileiro.

Será que nem os grandes clubes de São Paulo e Rio de Janeiro, com a enorme população dessas cidades, não conseguiriam alcançar a marca registrada pelo Sporting em um futebol administrado com seriedade, profissionalismo e modernidade?

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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