Não sei porque, mas final de campeonato me faz lembrar de banquete.
Não necessariamente um banquete tipo festa de casamento ou bodas de ouro. Não, isso aí é outra coisa, cheia de pompa e circunstância. O banquete a que me refiro é aquele que você vai com a sua mulher, com um casal de amigos ou com três ou quatro amigos. Sem pressa, sem hora para terminar. E, é claro, num lugar de primeira.
Como a torcida do Paraná está preparando a sua festa para comemorar a conquista do título, depois do jogo com a Adap, no qual o Tricolor só deixará de ser campeão se perder para ele mesmo diante das enormes vantagens que carrega desde a entrada no gramado, convido-a para sonhar comigo.
Certa feita, tive o prazer de jantar no Tour D`Argent, o mais clássico e mais charmoso restaurante de Paris. Ele é famoso pela perfeita sinfônica de patos. Não foi na mesa Royal da Torre, a principal da casa, da qual se janta vendo a Igreja de Notre Dame de Paris, iluminada, e os Bateux Mouches, igualmente iluminados, passando em baixo do Sena. Mas também não foi nenhuma mesa do lado apelidado de Sibéria. Foi meia-rédea, nem no bem bom, nem no bem ruim. O importante foi estar lá naquele santuário da gastronomia, fundado em 1580, portanto, 80 anos depois da descoberta do Brasil, que vem passando de avô, pai, filho, neto, bisneto, etc.
Seus patos assados são numerados, deve andar lá pelo 900 mil e lá vai pancada. Come-se com laranja, ao molho de quatro pimentas ou ao "Tour D´Argent", que é com molho do sangue do próprio pato como a nossa galinha ao molho pardo.
São deliciosos de morrer. E idem, os pratos de entrada, sobretudo um foie-gras da melhor categoria.
Os garçons, nas suas impecáveis casacas, e os auxiliares de smoking. Um serviço que considero o mais perfeito do mundo. No hall do salão de entrada, exposição da mesa onde três tzares russos jantaram em diferentes épocas. Mantida com suas louças e peças de prata que foram usadas. Ali também jantaram a rainha Catarina de Médici, a rainha Elizabeth e por aí afora.
Sua cave, uma das três mais importantes do mundo, fica debaixo do rio Sena, que mantém uma temperatura ideal de 13 graus, tem vinhos e conhaques. As sobremesas com o tradicional souflé.
Voltemos ao banquete tricolor que tem tudo para ser animado.
Basta a equipe jogar com a mesma determinação. Não custa o Paraná levar a decisão a sério. Depois, amigo paranista, boas festas.