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Desde Ivo Leão muitos foram os artilheiros do Campeonato Para­­naense. Afinal, ao colocar a bola em jogo na tarde de hoje o nosso futebol estadual es­­tará iniciando a sua 96.ª edição.

Do empresário Ivo Leão, que construiu fortuna com a erva-mate – a monocultura que alavancou a economia do jovem estado do Paraná na segunda metade do século 19, com o fa­­moso Matte Leão – e marcou 14 gols vestindo a camisa do In­­ternacional – precursor do Atlé­­tico, após a fusão com o América –, levando o primeiro título de campeão para a Baixada, em 1915, até a largada de hoje muita água passou por baixo da ponte.

Inúmeros jogadores, ídolos amadores, craques, ídolos profissionais e goleadores ajudaram a construir a rica história do Campeonato Paranaense.

O primeiro recordista de gols foi Gabardinho, do Palestra Itália, com 28 gols, no campeonato de 1931, com Neno, do Cori­­tiba, aproximando-se da marca com 24 gols na temporada de 1942. Izauldo, do Ferroviário, em 1950 e Agostinho, do Gua­­rani, de Ponta Grossa em 1956 marcaram 22 gols cada. Zeca, do Operário de Ponta Grossa, superou-os com 26 gols em 1959.

O Atlético enfileirou três artilheiros do campeonato com Walter, em 1965, assinalando 24 gols, o mesmo número alcançado por Zé Roberto em 1968 e Sicupira balançou as redes 29 vezes em 1972.

Paquito, defendendo o Grêmio Maringá em 1976, fez 25 gols, enquanto Washington, pelo Atlético, fez 23 gols no campeonato de 1982 e Alcântara, do Campo Mourão marcou 30 gols em 1991.

Mas o rei da artilharia foi o grande Duílio Dias, do Coritiba com 25 gols em 1955; 26 gols em 1957; 14 gols em 1958 e o recorde absoluto de 31 gols em 1960.

No final de carreira, Duílio Dias ainda consignou 23 gols jogando pelo Água Verde, em 1963. Ele era pai do zagueiro Duílio, do Coritiba, e mais tarde do Fluminense.

Fatos pitorescos e grandes decisões assinalaram o tradicional torneio, apesar de não ter mais a mesma motivação diante das competições nacionais e internacionais que envolvem as nossas principais equipes. Seria recomendável que os dirigentes revissem a fórmula, abrindo mais espaço e calendário para os times do interior reservando a entrada dos grandes da capital apenas na fase decisiva.

Mas, pelo menos, com o atual regulamento o Campeo­­nato Paranaense terá princípio, meio e fim. Como toda e qualquer boa comédia e boa tragédia, mantendo acesa a emoção do torcedor no turno e no returno. O entusiasmo não se esgotará na primeira partida; nem falecerá na primeira derrota. Com jogos de ida e volta os torcedores sa­­bem que muita coisa vai acontecer.

Temos de ser racionalmente emotivos, mesmo que isto seja, no mínimo, uma contradição em termos.

Todas as partidas serão importantes na medida em que o campeão do turno decidirá o título com o campeão do returno. Se for o mesmo time, obviamente ele ficará com a taça.

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