Seria cômico se não fosse trágico para os atleticanos os gols que os adversários conseguem marcar nas bolas aéreas.
E não se trata apenas do time B, já que na temporada passada o time considerado titular sofreu inúmeros gols de cabeça por falhas do setor defensivo, comprometendo as aspirações de conquista.
Anteontem, o Atlético vencia por 3 a 1 e contava com um jogador a mais em campo mas, em vez de administrar a vantagem, cedeu o empate em duas bolas cruzadas sobre a área com os zagueiros assistindo os cabeceios dos londrinenses. Tão grave quanto sofrer os gols foi o fato de nenhum defensor ter, pelo menos, tentado evitá-los. Assistindo às imagens dos lances verifica-se que alguns zagueiros apenas acompanharam com os olhos a trajetória da bola, facilitando a ação dos atacantes.
O curioso é que a composição defensiva no jogo com o Londrina foi nova, enquanto se anuncia para domingo o retorno dos antigos zagueiros.
Porém, o mal posicionamento e a falta de coordenação persistem. Diante dos fatos, começa parecer evidente a dificuldade dos técnicos Vadão e Ivo Secchi para corrigir a postura dos beques e, é claro, a incapacidade técnica dos jogadores que compõem o sistema de retaguarda do atual elenco.
Frustrada com a perda de craques do nível de Dagoberto e Marcos Aurélio, a torcida ficou mais apreensiva com a dispensa do experiente armador Ramón, que não se adaptou ao estilo fechado do clube.
Mas o torcedor espera que essa questão das bolas altas sobre a área não se transforme em epidemia sem cura.
Coxa em paz
Pelo menos dentro de campo o Coritiba conseguiu recuperar a paz com o triunfo sobre o Cascavel. Mais do que a conquista dos três pontos, a torcida saiu satisfeita com o que viu: empenho da garotada, bom toque de bola, volume de jogo e aumento do índice de oportunidades para a marcação de gols.
Ou seja, bastou deixar de lado as mal sucedidas recentes contratações para que as revelações das categorias de base mostrassem o seu real valor. Todos os ex-juniores estiveram em bom nível, demonstrando que se continuarem merecendo o apoio do técnico poderão adquirir mais confiança, melhor entrosamento e, conseqüentemente, maior rendimento ao time.
Basta lembrar que foi a melhor apresentação coxa-branca nos últimos meses.
Importante destacar, também, que esses jogadores não são inexperientes, pois já curtiram um ano como profissionais e aprenderam a comer o pão que o diabo amassou pelo desprezo e pela falta de apoio, enquanto o Coxa purgava os pecados na Segundona com veteranos sem inspiração.
Eles agarraram com unhas e dentes a nova chance recebida, graças ao fracasso dos "neopangarés" indicados por olheiros e aprovados pela diretoria.
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