Esta ficando claro que muitos dirigentes se escondem da torcida nas derrotas, fogem da imprensa e jogam toda a responsabilidade nas costas do técnico. Foi o caso de Estevam Soares, em sua breve passagem pelo Coritiba, e de Givanildo, em sua estressante passagem pelo Atlético.
Não se pode afirmar, categoricamente, que o Coritiba voltou a vencer exclusivamente por causa de Bonamigo. Mas se o time é o mesmo e mudaram a postura tática e o apelo emocional, parece claro que alguma coisa positiva foi realizada pelo treinador.
A verdade é que Bonamigo teve o bom senso de definir o esquema e escolher os seus titulares, inclusive dando força a Ricardinho, que vinha se queimando no grupo e acabou marcando os dois gols da vitória de sábado.
Não existe equipe que consiga manter rendimento satisfatório se fica sofrendo alterações de jogo para jogo.
Bonamigo começou bem porque escolheu os seus, determinou as condições para jogar e venceu, que é a única verdade do futebol.
Frágil e ingênuo
Não foi por falta de trabalho de Givanildo e muito menos por falta de empenho dos jogadores que o Atlético voltou a perder na Arena. Nada disso faltou. O que voltou a faltar mesmo foram jogadores de maior envergadura técnica e mais experiência contra um adversário entrosado, tarimbado e que soube tirar proveito da fragilidade e da ingenuidade da zaga atleticana. O lance do terceiro gol do Goiás foi o espelho fiel do atual estágio da defesa rubro-negra: três zagueiros correram para cima do jogador que estava com a bola e deixaram outro atacante completamente livre no meio da área para marcar o gol da vitória.
A falta de consideração com a torcida, pois não dar entrevista após o jogo não se reflete como sabotagem ao trabalho da imprensa, mas como ausência de respeito com o público torcedor que liga o rádio, assiste a televisão e lê o jornal para saber as notícias do seu clube de coração.
A diretoria do Atlético parece encarar a realização futebolística como um dilema existencial permanente, um exercício de administrar crises e conquistar antipatia.
Ataque falho
Pelos melhores momentos da partida do Paraná, em Fortaleza, deu para observar que tática e tecnicamente a equipe foi bem colocada em campo, rendeu bom futebol e poderia ter vencido o jogo não fosse a ineficiência do ataque, especialmente no primeiro tempo.
O empate acabou sendo um resultado satisfatório, se bem que o velho e bom Flávio salvou o time no último minuto com uma impressionante seqüência de três defesas dificílimas.