Além da fraca entressafra de jogadores e a revoada dos melhores para o exterior, o futebol brasileiro também está pagando o alto preço do calendário ruim.
Todo mundo sabe que está errado, mas quem devia mexer no problema finge que não é com eles: os dirigentes da CBF e os cartolas das federações estaduais.
O Brasil é o único país desenvolvido em futebol que mantém a regularidade de campeonatos regionais. No passado profundo o futebol europeu também era uma mixórdia, com copas de feiras, recopas, torneios caça-níqueis, enfim uma parafernália criada por empresários do futebol e dirigentes de clubes para aumentar o faturamento.
Foi tudo sistematizado pela UEFA União Europeia de Futebol Association e a perfeita organização segue até os dias de hoje.
Os estádios estão sempre cheios, todos faturam alto e os jogadores não são submetidos a um regime abusivo de apresentações.
Aqui, lamentavelmente, verifica-se exatamente o contrário, única e exclusivamente pelos interesses que cercam os anacrônicos campeonatos estaduais, altamente deficitários e que apenas atendem aos interesses dos presidentes das federações, tanto que foram eles que detonaram o Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas, Copa Nordeste e outras muito mais rentáveis.
Só que eles poderiam continuar fazendo a sua política desde que os campeonatos estaduais se restringissem aos pequenos clubes, especialmente do interior, que não participam dos eventos programados pelo calendário nacional e internacional. Teriam a motivação do título estadual, com o acesso do campeão a Quarta Divisão nacional e a Copa do Brasil.
O que essa gente, que nunca calçou um par de chuteiras e jamais chutou uma bola, não compreende é que os atletas se desgastam logo nos primeiros meses do ano pela exiguidade de tempo para a pré-temporada.
O mínimo recomendado pelos especialistas é a realização de uma pré-temporada em 45 dias, mas os clubes do futebol brasileiro se reapresentam no dia 3 de janeiro e os campeonatos estaduais começam no dia 16. Portanto, os profissionais são forçados a improvisar e a fazer o recondicionamento atlético dos jogadores com as competições em andamento, já que em fevereiro se inicia a Copa do Brasil.
O Clube dos 13 é omisso, pois só se preocupa com a divisão do dinheiro que os principais times recebem da televisão, e a CBF e as federações não estão nem aí para a qualidade técnica dos jogos.
Alexandre Zraik
O companheiro Alexandre Zraik, prematuramente desaparecido em acidente, marcou, luminosamente, a sua presença no jornalismo esportivo e todos que o conheceram terão a oportunidade de homenageá-lo na próxima quarta feira, dia 22.
Será o lançamento do livro Alexandre Zraik não estou jornalista, sou jornalista, no Bar Folha Seca, Rua Petit Carneiro, 394, na Água Verde.
Esquerda tenta reconexão com trabalhador ao propor fim da escala 6×1
Jornada 6×1: o debate sobre o tema na política e nas redes sociais
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Deixe sua opinião