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Os brasileiros estão sendo sacudidos por acontecimentos políticos e criminais de elevados teores, em meio à maior crise econômica da história.

No convívio entre os seres humanos, existem regras de convivência que ultrapassam todas as barreiras sociais, de crença ou de ideologia: são laços éticos, baseados na confiança mutua e na lealdade, indispensáveis até mesmo para os delinquentes.

Uma quadrilha de bandidos não tem a menor chance de prosperar se não houver entre seus integrantes uma credibilidade razoável na capacidade de cada um deles cumprir a sua parte em algum acordo ou trato, como, por exemplo, o necessário para a partilha da presa.

Essa atitude é, normalmente, definida como “honra de bandido”, expressão apropriada apesar de seu aparente paradoxo – representado pelo fato de que o banditismo e a honra não se poderiam combinar.

Pois a elite política, responsável pelos negócios da República, tem se comportado, regra geral, de forma a fazer crer na inexistência da honra como moeda essencial para firmar acordos e pactos entre segmentos da sociedade por ela administrada.

A palavra honra perdeu o valor quando empregada na definição de conchavos, acordos, alianças ou coligações políticas que todos assistimos em nosso país.

Se alguém, de boa fé, duvida desta dramática constatação, julgando ser ela exagerada, basta ligar o rádio, a televisão no horário do noticiário ou correr os olhos pelas páginas dos jornais. Está tudo ali: escrito, falado e a cores.

Dentro desse deplorável novo código de conduta o futebol, a maior paixão nacional, não poderia ficar de fora.

Os dirigentes esportivos se comportam com a mesma insensatez e arrogância dos políticos.

Assim como há gente encarcerada, por ter se servido de dinheiro público, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, cumpre prisão domiciliar no seu apartamento em Nova York. E o atual presidente, Marco Polo del Nero, não viaja para o exterior porque tem receio de dar de cara com um Eliot Ness da vida.

No passado os cartolas do futebol eram mais educados e, por isso mesmo, moderados.

José Milani reinou durante anos na presidência da Federação Paranaense de Futebol, mas era homem simples e cordial.

Onaireves Moura, que comandou a entidade local por duas décadas nos anos 80 e 90, era mais afoito e belicoso.

João Havelange presidiu a CBF o tempo que quis e só saiu quando foi eleito presidente da Fifa. De onde também só passou o bastão quando bem entendeu.

Era uma pessoa hábil, inteligente e de fino trato. Finório, diria o outro.

Heleno Nunes e Giulite Coutinho eram homens honrados, mas depois disso veio uma ‘turminha da pesada’.

Tema interessante para outra coluna.

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