O balanço do futebol paranaense é negativo. Nem mesmo o recorde de vitórias obtido pelo Coritiba serviu para aplacar a ira da torcida com a preguiçosa atuação do time no clássico em que perdeu, pela segunda vez no ano, a vaga na Libertadores.
O Coxa ficou com a conquista do bicampeonato estadual, o vice na Copa do Brasil e um oitavo lugar no Brasileiro; o Paraná conseguiu a façanha de cair para a Segundona estadual e segue patinando na Série B Nacional; e o Atlético ensaiou durante anos e acabou rebaixado. Muitas promessas dos cartolas, que resultaram em desambição, poucas realizações e falta de arrojo no planejamento.
Com eleições nos três clubes, as novas promessas começaram a ser divulgadas, algumas inviáveis pelo atual estágio do futebol paranaense e outras verdadeiramente estapafúrdias.
Ouvindo e lendo as últimas declarações, inclusive dos técnicos que tiraram o corpo fora na hora do desastre, lembrei-me das lições de Direito Romano do professor Altair Cavalli nos tempos de faculdade. Guardadas as devidas distâncias no tempo, no espaço e no talento verbal dos personagens, o blá, blá, blá futebolístico parece com as célebres "catilinárias", expressão oriunda dos discursos do tribuno Cícero na condenação ao patrício Catilina.
Só que não dá para comparar o nível intelectual e a oratória de Marco Túlio Cícero, cônsul romano considerado um dos mais brilhantes oradores de todos os tempos, com o palavreado dos dirigentes dos nossos dias. E muito menos dos políticos do nosso tempo.
Indagava um irado Cícero no Senado: "Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem o olhar destes senadores, nada disso conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?"
Diante da vigorosa retórica de Cícero, defensor das regras do jogo republicano, o acusado de tramar um golpe contra as instituições caiu. Lucio Sergio Catilina foi deposto e expulso de Roma.Bem, não chegamos a tanto por aqui, mas que políticos em geral e dirigentes de futebol em particular precisam parar de mentir e de promover malfeitos não resta qualquer dúvida.
O povo anda cansado de tantas promessas não cumpridas.
No caso do futebol, basta que os responsáveis pela gestão dos principais times atuem com objetividade, equilíbrio e, sobretudo, com visão ambiciosa de sucesso. Não há mais espaço para o erro e os torcedores não aceitam mais as contratações de maus jogadores fantasiados como craques por alegres dirigentes que contam com a benevolência de setores generosos da mídia, que acaba se tornando até mesmo conivente.
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