A decadência técnica e moral do futebol brasileiro começou durante os treinamentos da seleção na Suíça, uma semana antes do início da Copa do Mundo na Alemanha, em 2006.
Embriagados pela conquista do penta, dirigentes, comissão técnica e jogadores entraram em clima de oba-oba. Coisa de gente intelectualmente despreparada, que se empolga com o sucesso esquecendo que o dom recebido para qualquer tipo de manifestação artística ou de esporte de alto rendimento precisa ser cultivado com muito trabalho, dedicação e aprimoramento dos fundamentos. E um pouco de humildade também ajuda.
Mesmo recheado de craques - todos no auge da carreira – como Ronaldo, Kaká, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, o tal quadrado mágico –, e outros bons jogadores, a seleção foi eliminada pelos “veteranos” da França.
A Copa seguinte na África do Sul foi consequência do mau trabalho realizado e o fundo do poço apareceu quatro anos depois, nos 7 a 1 da Alemanha, naquela trágica tarde no Mineirão.
Felipão dispensado, jogadores desgastados, Ricardo Teixeira destituído, José Maria Marin preso e Marco Polo Del Nero que não sai do país por temer o FBI.
Dunga é apenas um detalhe no desastroso projeto arquitetado pelos cartolas da CBF.
Sem um calendário racional, com os clubes sobrevivendo graças ao leilão da venda dos direitos de transmissão para as redes de televisão e comandado por uma entidade ferida de morte, tornou-se improvável à curto prazo a recuperação do futebol brasileiro.
Só com uma completa mudança de conceitos éticos e administrativos.
São causas e consequências de um país dividido, sem gestão pública definida, mergulhado no maior escândalo de corrupção da história, com um presidente da República interino e uma senhora presidente no banco de reservas com precárias condições técnicas de voltar ao jogo político.
Rodada
O Atlético abrirá os trabalhos dos paranaenses enfrentando a Ponte Preta em Campinas. Satisfeitos com a retumbante virada sobre o São Paulo, os torcedores atleticanos não conseguem disfarçar uma curiosidade que é de todos: com que time Paulo Autuori pretende começar a partida.
Acreditando ter em mãos um elenco recheado de opções, apesar dos fatos em campo demonstrarem o contrário, e que pode exercitar todo tipo de experiência, o treinador mantém a torcida em permanente estado de expectativa.
Aqui, revigorado pela segunda vitória, depois de um período de turbulência que custou a cabeça do diretor executivo de futebol e do treinador Gílson Kleina, o Coritiba promete muita luta para vencer o Palmeiras, um dos favoritos ao título ao término da temporada.